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O Fundo Verde, gerido por Luis Stuhlberger, comprou Bitcoin após perder para o CDI em outubro. O fundo acumulou retorno de 6,20% em 2024, abaixo dos quase 9% da renda fixa. A compra ocorreu antes da vitória de Donald Trump, que impulsionou o valor do Bitcoin. O fundo também aumentou a posição vendida no Renminbi chinês. Stuhlberger critica a falta de medidas fiscais no Brasil e prevê alta da Selic. O fundo mantém exposição à inflação em títulos de longo prazo.
Em meio ao saque bilionário de fundos de investimento multimercado, o Fundo Verde, do gestor Luis Stuhlberger, sócio da Verde Asset, terminou outubro perdendo mais uma vez para o CDI. No acumulado mensal, o retorno foi -0,18% contra 0,93% do CDI, principal benchmark dos fundos que replicam estratégias globais em ações, moedas e mais.
O desempenho abaixo do CDI em outubro, assim, é mais um capítulo do resultado negativo do Verde em 2024. Neste ano, o fundo de Stuhlberger acumula retorno de 6,20% sobre o patrimônio líquido, contra rentabilidade de quase 9% da renda fixa pós-fixada. Em carta, o gestor afirmou que comprou bitcoin às vésperas da vitória de Donald Trump nos Estados Unidos.
Fundo Verde: exposição em bitcoin vem com vitória de Trump
Em carta aos investidores, Luis Stuhlberger afirma que comprou o criptoativo durante as eleições americanas. A vitória do presidente eleito Donald Trump, do partido Republicano, levou a moeda digital a saltar em valor de mercado.
Como resultado da vitória de Donald Trump, o Fundo Verde, assim, também aumentou a posição vendida no Renminbi chinês.
“O fundo aumentou sua exposição vendida no Renminbi chinês e iniciou uma pequena posição comprada em Bitcoin na véspera do pleito”, narra Stuhlberger em carta. “Após o resultado, reduzimos as posições compradas na parte curta da curva de inflação implícita americana”, completa.
Para o gestor da Verde Asset, o tamanho da vitória de Trump surpreendeu modelos de previsão eleitoral.
“A reação dos mercados por ora tem sido aquela que esperávamos diante deste pacote de medidas: ações subiram, dólar se valorizou e taxas de juro têm leve viés de alta”, afirma.
‘Brasil continua decepcionando’, diz Luis Stuhlberger
Para o sócio da Verde Asset, o Brasil “segue decepcionando” mesmo em meio à volatilidade do mercado internacional, sobretudo o americano.
O principal motivo, de acordo com Luis Stulhberger, é a falta de anúncio de pacote fiscal prometido pelo governo para controlar despesas obrigatórias e convergir o déficit primário à meta zero.
“O governo, no campo fiscal, tem sistematicamente prometido mais do que é capaz de entregar”, diz o gestor.
“A saga do pacote fiscal é apenas mais um exemplo desta crônica: ele é desidratado e adiado em público, sob o beneplácito do presidente. Não por acaso os preços de ativos brasileiros seguem se deteriorando”.
Além disso, Stuhlberger aponta que a inflação continua com “sinais preocupantes de pressão”, pela via de aumento de preços de serviços e alimentos, como a carne.
O resultado é uma política mais firme do Banco Central na condução da Selic, que deve permanecer em alta por mais tempo, prossegue o gestor.
Resultado negativo do maior fundo da Verde Asset
O Fundo Verde continua, assim, zerado em bolsa brasileira e mantém exposição de compra à inflação em títulos de longo prazo.
O resultado negativo em outubro aprofunda o desempenho ruim da asset, uma das mais tradicionais da Faria Lima.
As maiores perdas do fundo foram de posições de compra em petróleo, juros reais nos Estados Unidos e bolsas internacionais. Por outro lado, o fundo obteve margem positiva em trades de dólar contra euro e Renminbi.