Livro mostra quando a emoção, e não a razão, salvou o mundo
Físico Leonard Mlodinow, autor de “O andar do bêbado”, relata os novos estudos científicos sobre a importância das emoções
Stanislav Petrov, o militar soviético que teve de tomar sozinho a decisão de apertar ou não o botão que iniciaria a Terceira Guerra Mundial; uma espécie de pato cujos machos perdem o pênis após a cópula; Michel Lotito, um artista francês que comia bicicletas.
Os fascinantes exemplos que o físico americano Leonard Mlodinow fornece em “Emocional” renderiam boas tramas de ficção, mas seu interesse aqui é compartilhar com os leitores, de forma didática e divertida, as descobertas da neurociência afetiva, um novo campo da psicologia. Ou, mais simplesmente, ele tenta desfazer a noção de que as emoções são contraproducentes e devem ser deixadas de lado em favor da razão.
É uma proposta ousada, uma vez que o Ocidente, desde ao menos Platão, Freud ou mais recentemente Daniel Goleman (psicólogo célebre pelos livros sobre “inteligência emocional”), costuma separar as forças instintivas das lógicas.
Ao também incluir o drama pessoal dos pais, sobreviventes do Holocausto, para defender sua tese, o autor se mune das próprias emoções. Quando conta a história do pai, que não foi morto pelos nazistas devido a uma decisão tomada em microssegundos, Mlodinow explica o fascinante conceito de “afeto central”, uma espécie de sexto sentido que nos fornece elementos para nossa sobrevivência.
Emocional – A nova neurociência dos afetos – Leonard Mlodinow. Trad. Claudio Carina. Zahar, 328 págs., R$ 74,90 / AA+
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