Eletrobras registra queda de 45% no lucro líquido no segundo trimestre
No primeiro balanço após sua privatização, a Eletrobras registrou lucro líquido de R$ 1,4 bilhão no segundo trimestre deste ano. O resultado é 45% inferior ao mesmo período do ano passado. Nos primeiros seis meses de 2022, a companhia somou ganhos de R$ 4,1 bilhões, número 1% abaixo do primeiro semestre do ano passado.
Apesar dos ganhos com a privatização, a companhia sofreu com efeitos da variação cambial e despesas relativas ao imbróglio envolvendo a usina de Santo Antônio.
Em comunicado, a empresa informou ter tido efeito positivo decorrente do impacto da privatização no valor de R$ 742 milhões, além de R$ 454 milhões de ganho pela venda de sua participação na Companhia Estadual de Transmissão de Energia Elétrica (CEEE-T).
O resultado no segundo trimestre já considera, disse a Eletrobras, os novos contratos de concessão de geração por conta da privatização e os efeitos contábeis da segregação da Eletronuclear, que deixou de ser uma empresa controlada pela Eletrobras, e a participação acionária detida em Itaipu Binacional.
Mas, por outro lado, o resultado trimestral foi impactado, negativamente, pela provisão para perdas em investimentos no montante de R$ 890 milhões, em função, principalmente, do aporte de capital realizado por Furnas em Santo Antônio Energia cujo imbróglio quase prejudicou o processo de privatização da companhia.
O lucro também foi afetado pela inadimplência da distribuidora Amazonas Energia e pela variação cambial negativa de R$ 625 milhões no trimestre, devido a exposição de dívida da empresa em dólar.
A companhia registrou aumento de 19% da receita operacional líquida no segundo trimestre, para R$ 8,856 bilhões. A geração de caixa operacional, medida pelo Ebtida, apresentou crescimento de 6%, para R$ 4,861 bilhões no segundo trimestre.
Há uma semana, a companhia anunciou que Wilson Ferreira Júnior voltou ao comando da Eletrobras. Seu nome foi aprovado após reunião do Conselho de Administração da empresa, cujos membros foram eleitos em assembleia geral extraordinária.
Ferreira foi presidente da Eletrobras entre julho de 2016 e março de 2021. Em seguida, assumiu a Vibra (antiga BR-Distribuidora), empresa da qual se desligou no mês passado.
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