Eletrobras pode investir cerca de R$ 15 bilhões por ano, diz presidente

Wilson Ferreira Jr. começa a detalhar os planos da empresa após a privatização

A Eletrobras, agora empresa privada, vai ter condições de investir pelo menos R$ 15 bilhões ao ano por conta do processo de capitalização. A promessa é do novo presidente da companhia, Wilson Ferreira Jr., feita em evento para empresários durante o 10º Fórum Lide de Infraestrutura, Logística e Energia, promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide).

Segundo o executivo, o Brasil é um país com pouquíssimo investimento em infraestrutura, em torno de 1,5% do PIB, enquanto que em países de primeiro mundo aportam mais de 4,5%. Entretanto, a criação de marcos regulatórios, como o do gás, portos, saneamento, têm criado condições atrativas de capital privado e processos de concessões e privatizações.

“Uma das razões de a Eletrobras ter sido levada para o processo de capitalização é que ela não tinha capacidade de investimento. Ela investia R$ 4 bilhões por ano, só para manter a posição a empresa precisava de R$ 14 bilhões. A partir de agora, com a capitalização, ela consegue investir R$ 15 bilhões, no mínimo, calcula.

Além dos marcos legais, ele atribui a isso a segurança jurídica e o ambiente econômico como vetores para o desenvolvimento da infraestrutura brasileira. O dirigente lembra que a empresa tinha muitas obras paradas e hoje a meta é reduzir isso. Há ainda o desafio de pôr fim à sangria de algumas subsidiárias que ainda dão prejuízo, atrair corpo técnico qualificado e promover a modernização dos ativos que a empresa opera.

“Precisamos trazer gente, incrementar novas tecnologias, temos usinas velhas que precisam passar por projetos de inovação e digitalização”, diz.

Recém-eleito para presidir a companhia, Ferreira Jr. presidiu a antiga estatal entre 2016 e 2021, mas deixou o comando da empresa no ano passado para assumir a Vibra, empresa de distribuição de combustíveis. Neste segundo ato de Wilson, a nova Eletrobras terá o foco em energias renováveis, principalmente nos segmentos de produção de energia eólica e solar, e deve voltar aos leilões de projetos de energia promovidos pelo governo federal.

As expectativas para a segunda gestão aumentaram o interesse nas ações da companhia como uma boa alternativa de investimento. O governo ainda possui a maior participação da companhia com poder de veto de algumas ações, mas a operação de capitalização movimentou mais de R$ 30 bilhões e injetou múltiplos investidores. “Foram mais de 370 mil brasileiros usando o fundo de garantia”, lembra.