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Uso de dinheiro em espécie deve diminuir nos próximos cinco anos, diz pesquisa do BC
Pesquisa do Banco Central (BC) apontou que aumentou o número de pessoas que acreditam que não vão mais utilizar dinheiro em espécie nos próximos cinco anos. Em 2021, 39,6% das pessoas tinham essa expectativa contra 53,4% na pesquisa realizada neste ano.
- Leia mais: Pix supera dinheiro como forma de pagamento mais usada no país, aponta levantamento do BC
A pesquisa “O brasileiro e sua relação com o dinheiro” ouviu 1.000 pessoas e 1.000 comércios, tem nível de confiança de 95%, margem de erro de 3,1% e foi conduzida entre 28 de maio e 1º de julho deste ano.
Por sua vez, 31,6% disseram que vão continuar pagando com dinheiro, mas com menor frequência. Outros 8,7% afirmaram que vão continuar utilizando com a mesma frequência de hoje e 3,4% que a frequência de uso vai aumentar.
Questionado se o BC tem planos para diminuir a quantidade de cédulas e moedas em circulação, o diretor de administração, Rodrigo Teixeira, explicou que várias outras questões determinam a demanda da população pelo meio circulante que não apenas o uso como meio de pagamento. Teixeira explicou, por exemplo, que o uso do dinheiro aumentou bastante durante a pandemia para uso como reserva de valor.
Ele destacou que não dá pra dizer, pelos resultados da pesquisa, que a demanda da população por numerário vai diminuir. O diretor disse que talvez tenha uma tendência de diminuição em um prazo mais longo. “O Banco Central tem atribuição de atender a demanda, então a população precisa do dinheiro, está querendo dinheiro, qualquer que seja o uso, meio de pagamento ou reserva de valor e nós temos a obrigação de estar atendendo.”
O chefe do departamento do meio circulante do BC, Antonio Medina, explicou que a aquisição de numerário leva em conta três fatores principais: a demanda da população, a substituição das cédulas desgastadas e a recomposição das reservas estratégicas do BC.
Medina apontou também que o volume de dinheiro em circulação atualmente é maior do que antes da pandemia, em dezembro de 2019. Durante a pandemia de covid-19, houve um fenômeno de entesouramento do dinheiro em espécie, o que levou a um aumento da demanda e fez com que o Banco Central criasse a nota de R$ 200.
O diretor de administração ressaltou que naquele momento a avaliação era de que a criação da nota de R$ 200 era a forma mais rápida de prover o volume necessário. “Não tem nenhum plano de retirada de circulação não. Não precisamos aumentar, mas também não precisamos destruir a nota”, disse.
Medina, do departamento de meio circulante, disse que atualmente 32% das 450 milhões de cédulas de R$ 200 produzidas estão em circulação. “É uma cédula que faz parte da segunda família do Real e continuará fazendo. Além disso, nós também utilizamos essa denominação para as nossas reservas estratégicas. A cédula vai continuar sendo emitida, isso acontece em um ritmo gradual”.
Segundo a pesquisa, o dinheiro é mais utilizado para compras de menor valor, enquanto, o cartão de crédito ganha espaço em compras maiores. Por exemplo, para compras de até R$ 10, o dinheiro representa 43,3% e o Pix, 35,9%. O cartão de crédito é citado apenas 3,2% das vezes.
Teixeira ressaltou que a população que utiliza o dinheiro tem uma demanda maior por notas menores. O diretor explicou que, tendo em vista, o resultado da pesquisa, o natural seria mandar imprimir menos cédulas de R$ 200 porque estão menos desgastadas, e mais cédulas de valor menor. “[As cédulas de menor valor] São aquelas notas que a população utiliza mais nas pequenas transações e notas que se desgastam mais por conta de circularem mais.”
*Com informações do Valor Econômico
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