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O que a decisão de juros do Copom diz sobre a independência do Banco Central
Desde que se definiu que o Banco Central seria independente uma pergunta ronda Brasília como uma nuvem de poeira nos dias mais secos da capital federal. O BC vai ser mesmo independente? Então, hoje podemos afirmar que a resposta é positiva e há independência do Banco Central no Brasil.
Dessa forma, o que começou a ser construído por Roberto Campos Neto durante o seu mandato se consolidou em sua última reunião à frente do órgão.
Então, o BC não apenas elevou a taxa básica de juros da economia em 100 pontos-base. Indicou que a dose do remédio aplicada em dezembro será a mesma nas duas primeiras reuniões de 2025.
Entenda os indícios de independência do Banco Central
Assim, essa decisão é importante porque tomada com o futuro presidente do BC na mesa. Então, Gabriel Galípolo assume em janeiro com o guidance definido.
Mais dois cortes de 1 ponto percentual.
Campos Neto, podemos dizer, é mais identificado com a direita do espectro político. Galípolo, embora transite bem nos dois campos ideológicos, fica mais à esquerda e foi indicado pelo presidente Lula.
Não importa.
Então, o que importa é o que é melhor para a economia. Certa ou errada é essa a visão do BC. “Em função da materialização de riscos, o Comitê avalia que o cenário se mostra menos incerto e mais adverso do que na reunião anterior. Persiste, no entanto, uma assimetria altista no balanço de riscos para os cenários prospectivos para a inflação”, indica o comunicado.
Ah, todos referendam a decisão. Assinam o comunicado Campos Neto e Galípolo. Não é exagero assinar que hoje assinam a verdadeira carta de independência do Banco Central.
Mas é preciso calma
Esse foi o segundo passo em linha com a independência do Banco Central. O primeiro foi construído aos poucos, como dissemos, com a gestão de Campos Neto. E o segundo foi dado de uma vez. Com a atual decisão sobre os juros.
Então, fica claro que são dois passos importantes e talvez definitivos, mas apenas a sequência dos dias, meses e reuniões do Copom vão indicar se o cenário atual é mesmo pra sempre.
Dessa maneira, a decisão de elevar a Selic para 12,25% ao ano também reduz de cara a desconfiança do mercado em torno de Galípolo.
Afinal, parecia se cristalizar no mercado a imagem de que por ser indicado por Lula, Galípolo começava o campeonato à frente do BC em 2025 com dez pontos a menos na tabela. E a competição por lá é de pontos corridos. Dura e difícil.
Mas parece um bom começo.
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