A tendência do bitcoin de se mover em conjunto com as ações de tecnologia significa que a maior criptomoeda do mundo pode cair para US$ 30.000 até junho, de acordo com Arthur Hayes, cofundador da plataforma BitMEX. Hayes, em post de blog nesta segunda-feira (11), também disse que a mesma dinâmica poderia levar o ether a US$ 2.500. Os tokens foram negociados a cerca de US$ 41.500 e US$ 3.070, respectivamente, às 18h30 em Hong Kong.
Hayes disse que está comprando opções de “crash” que expiram em junho em ambas as moedas, mas aponta que, em geral, está comprado em cripto.
As expectativas de uma série de aumentos nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) nos próximos meses pesaram nas criptomoedas e nas ações de tecnologia recentemente, com o índice Nasdaq 100 perdendo 3,6% na semana passada e o bitcoin caindo brevemente abaixo de US$ 42.000 nesta segunda. O Fed pode precisar subir juros acima de 4%, disse o economista chefe do Goldman Sachs, Jan Hatzius, na última sexta-feira (8).
Hayes está aguardando sentença depois que ele e o cofundador da BitMEX Benjamin Delo admitiram, em fevereiro, que eles não conseguiram estabelecer um programa de combate à lavagem de dinheiro na bolsa de criptomoedas.
A correlação de 90 dias do bitcoin com o Nasdaq 100 é recorde, comprometendo o apelo do token como instrumento de diversificação. A combinação de enfraquecimento do crescimento global e bancos centrais menos complacentes pesará sobre ações de tecnologia e, por extensão, sobre a criptomoedas, disse Hayes. Ele reconheceu que suas previsões para bitcoin e ether são baseadas principalmente em seu palpite.
Os mercados de criptomoedas devem liderar as quedas “à medida que entrarmos na desaceleração, e liderarão as ações para cima à medida que sairmos dela”, disse.
Ultimamente, Hayes tem feito comentários cautelosos sobre as perspectivas de curto prazo para ativos digitais.
“Não vejo como podemos ter o bitcoin a US$ 69.000 ou o ether a US$ 5.000”, ele escreveu em 10 de dezembro de 2021, após uma queda acentuada em ambos os tokens em relação ao mês anterior. “Posso imaginar, no entanto, um mercado confuso, com pequenas crises de volatilidade negativa seguidas de uma recuperação morna.”
Essa previsão se mostrou acertada, com o bitcoin passando a maior parte deste ano atolado em sua faixa de negociação mais apertada desde meados de 2020. Embora a criptomoeda tenha se movido principalmente para os lados, os otimistas apontaram para a acumulação por detentores de longo prazo como um sinal de que os ativos digitais estão prestes a sair do buraco.
Com reportagem de Joanna Ossinger, da Bloomberg.