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Otimismo do brasileiro com ano novo é o menor desde 2020, diz Datafolha
O otimismo do brasileiro com o ano novo caiu para o menor patamar desde 2020, segundo pesquisa do Datafolha.
Pela primeira vez em cinco levantamentos, menos da metade dos entrevistados (47%) afirma que a população terá uma situação melhor no próximo calendário.
Os números são acompanhados da expectativa de que a inflação subirá.
Além disso, uma fatia maior mais prevê enfraquecimento do poder de compra dos salários.
O otimismo com o novo ano alcançava 61% dos entrevistados um ano antes.
Maior pessimismo em cinco anos, diz Datafolha
Percentual similar (60%) foi registrado no fim de 2022, logo após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
As expectativas também eram melhores na época da pandemia.
Em dezembro de 2020, 58% dos entrevistados achavam que a situação melhoraria no exercício seguinte.
No fim de 2021, após a chegada das vacinas e a reabertura de atividades, o indicador saltou para 73%.
No levantamento mais recente, o grupo mais pessimista cresceu para o maior tamanho em cinco anos.
Os que apostam que o próximo exercício será pior para a população representavam 18% do total um ano atrás e agora são 25%.
O mais recente levantamento do Datafolha aconteceu nos dias 12 e 13 de dezembro de 2024, semanas após o governo apresentar um pacote de ajuste fiscal.
Economistas consideraram as medidas insuficientes para sanar preocupações com as contas públicas e em meio a patamares recordes do dólar.
As entrevistas também aconteceram logo após a decisão do Banco Central de elevar a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano, e sinalizar mais dois aumentos no começo de 2025.
Medo de aumento de preços e perda do poder de compra
A pesquisa também mostra um salto no pessimismo com o nível dos preços.
O percentual dos entrevistados que veem a inflação piorando daqui para frente saiu de 51% um ano atrás para 67% agora.
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que encerrou 2023 em 4,62%, deve fechar 2024 em 4,91%, segundo projeção mediana de analistas e economistas ouvidos pelo boletim Focus.
Em determinados recortes, a aceleração se mostra especialmente mais alta.
Os preços do grupo de combustíveis, por exemplo, subiram 8,78% em 12 meses terminados em novembro de 2024 (mais recente dado disponível).
Alimentos e bebidas, 7,63%. Saúde e cuidados pessoais, 6,06%.
De acordo com o Datafolha, a maior parte dos entrevistados não vê os salários avançando no mesmo ritmo da alta dos preços.
A parcela dos que acham que o poder de compra vai diminuir saiu de 30% do total um ano atrás para 39% agora. Outros 31% apostam que vai ficar como está (eram 33%) e 27% acham que vai aumentar (eram 34%).
Por outro lado, há menor pessimismo com o desemprego na comparação com a última pesquisa.
O percentual dos que acham que o indicador vai aumentar saiu de 46% em março para 41% agora.
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