Juros, inflação e opções de petróleo: o combo do fundo Verde para navegar no cenário adverso
O fundo Verde, de Luis Stuhlberger, fechou abril com ganhos de 1,02% e a cota já acumula no ano valorização de 8,22%, o equivalente a mais de 250% do CDI.
No último mês, os ganhos foram capturados com as posições tomadas em juros nos mercados desenvolvidos (aposta em alta das taxas), com inflação implícita no Brasil, com opções de petróleo e com hedges (proteções) em bolsa global. As perdas vieram da exposição em ações no mercado local.
Os bons resultados vieram a despeito do ambiente mais conturbado no Brasil e no exterior, o que só reforça que multimercados podem se valer tanto de cenários benignos quanto dos mais adversos para ganhar dinheiro para os investidores.
Conforme descreve a equipe de gestão na sua carta mensal, “o processo de aperto das condições financeiras globais seguiu inabalado em abril, derrubando praticamente todos os ativos de risco”.
A política de zero covid-19 da China levou o país a ditar o fechamento das atividades em algumas de suas maiores cidades, especialmente Shanghai, tornando a situação das cadeias de suprimento globais mais complexa, além de impactar o crescimento do mundo.
Esse mix vem num período em que os mercados se deparam com um ambiente de menor liquidez, o que contribui para um círculo vicioso afetando preços de ações, spreads de crédito, moedas, à exceção do dólar, e também commodities. “É um ambiente extremamente desafiador para se navegar.”
O time da Verde também lembra que o Brasil, que tinha se beneficiado de fluxos estrangeiros nos primeiros meses do ano, viu a reversão dessa tendência em abril. Isso levou à correção das ações e do real.
“Ainda que em grande medida o mercado local esteja passageiro da aversão a risco global, as notícias aqui também não colaboram, com renovadas discussões populistas à medida que o ciclo eleitoral se aproxima”, prossegue.
Para o principal multimercado da casa, o gestor começou a reduzir suas posições tomadas em juro nos EUA e em menor medida na Europa. A carteira segue comprada em inflação implícita no Brasil, e em petróleo via opções, enquanto as alocações em bolsa estão concentradas em ações brasileiras.
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