Inflação voltou a subir: como fica a renda fixa?
Entenda se é hora de fazer mudanças na carteira e como escolher títulos que rendem mais que a poupança
A inflação no Brasil voltou para o positivo em outubro, com o IPCA registrando uma alta de 0,59%. O fim da trégua já era esperada pelo mercado. “Tivemos alguns meses de deflação causados pela desoneração de setores como combustíveis e energia elétrica. Isso acabou puxando o índice para baixo, mas uma alta já estava no radar”, ressalta Gabriella Cristiny, assessora de investimentos da Phi Investimentos.
A princípio, a virada da inflação não traz grandes mudanças para a renda fixa. Por outro lado, na visão de Ariane Benedito, economista e especialista no mercado de capitais, o cenário ainda pede cautela. “Nesse momento, o Banco Central não deve mudar sua decisão de política monetária. Mas é importante acompanhar essa inflação e o quanto ela pode subir nos próximos meses. O jogo não está ganho”, ressalta.
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E a poupança com a inflação?
A sequência de deflação dos últimos meses fez com que o rendimento da poupança voltasse a ganhar da inflação. Enquanto o IPCA avançou 6,47% de outubro de 2021 a outubro de 2022, a poupança rendeu 7,44% no mesmo período. Mesmo assim, a modalidade continua desfavorável para os investidores.
“Historicamente, a poupança tem um rendimento muito inferior. Mesmo estando acima do IPCA hoje, é importante olhar para outros investimentos que rendem muito mais. Quanto maior a nossa taxa básica de juros, menos atrativa se torna a poupança”, explica Ariane.
Investimentos para ficar de olho
Para quem investe em renda fixa, esse não é o momento para fazer grandes mudanças. “Temos ainda um cenário muito benéfico para o investidor. A renda fixa está apresentando oportunidades em todos os tipos de títulos”, ressalta Ariane.
A dica das especialistas é a boa e velha diversificação. “Se você procura liquidez e um ativo para investir sua reserva de emergência, o Tesouro Direto é uma boa opção. É a forma mais prática e segura, já rendendo mais que a poupança”, indica Gabriella.
Seguindo a estratégia de diversificação, a assessora também vê boas oportunidades em títulos privados, como CDBs e LCAs; e títulos atrelados ao IPCA. “Isso vai garantir que você continue com poder de compra. Temos taxas prefixadas interessantes, principalmente com prazos mais longos”, ressalta.
O importante, além de observar os prazos de vencimento e tipo de indexação, é ter muito claro seus objetivos e perfil de investidor. “Mesmo tendo uma reserva, por exemplo, os investimentos de renda fixa para o longo prazo acabam oscilando. Isso pode gerar uma angústia em quem tem um perfil mais conservador”, explica a assessora.