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Ibovespa fecha em leve queda no 1º pregão do ano; alta da Petrobras reduz perdas
Depois de perder momentaneamente os 120 mil pontos, na mínima do dia, o Ibovespa reduziu a queda e passou a operar perto da estabilidade durante a tarde, impulsionado pela alta mais forte das ações da Petrobras e pelo recuo mais intenso dos juros futuros. O índice encerrou o dia com perdas de 0,13%, aos 120.125 pontos, chegando a tocar os 120.782 pontos, na máxima intradiária.
O dia é de menor liquidez nos mercados. O volume financeiro do índice na sessão foi de R$ 14,1 bilhões e de R$ 19,2 bilhões na B3. Os principais índices americanos terminaram o pregão em queda: o Nasdaq recuou 0,16%, o Dow Jones teve perdas de 0,36% e o S&P 500 caiu 0,22%.
Entre as ações de blue chips, o destaque ficou para a Petrobras, que avançou em um dia de subida mais intensa dos preços do petróleo. No fim do pregão, os papéis PN tiveram alta de 1,60% e os ON avançaram 2,82%.
Em relatório divulgado pelo Santander, os analistas da casa afirmaram que as ações da Petrobras negociam com um valuation barato com o EV/Ebitda para este ano em 3,4 vezes, o que seria menor do que a média histórica dos últimos 10 anos de 4,2 vezes. Além disso, os especialistas acreditam que as capacidades de produção e exploração da petroleira serão mantidas em vigor, mesmo com as incertezas sobre eventuais nomes indicados para o Conselho de Administração da empresa.
Os contratos futuros de petróleo tipo Brent subiram 1,73%, a US$ 75,93 por barril, enquanto o WTI teve alta de 1,93%, a US$ 73,13, por barril. O impulso para o avanço veio do discurso de Ano Novo do líder chinês Xi Jinping feito nesta quinta-feira. Xi disse que a economia do país está em uma “trajetória ascendente” ainda que haja “desafios de incertezas no ambiente externo” em 2025. O mandatário também afirmou que o gigante asiático irá implementar mais políticas pró-ativas para incentivar a atividade econômica neste ano.
A queda dos estoques americanos de petróleo também ajudou a elevar os preços da commodity na sessão de hoje. Dados divulgados hoje mostraram que os estoques caíram 1,2 milhão para 415,6 milhões de barris na semana encerrada em 27 de dezembro, o que estaria 5% abaixo da média de cinco anos para a época do ano, segundo a Administração de Informações de Energia dos EUA (AIE).
A quinta-feira também foi de divulgação da terceira e última prévia da carteira do Ibovespa, que vai vigorar entre 6 de janeiro e 2 de maio. Foi mantida a entrada das ações da Marcopolo (POMO4) e a exclusão dos papéis da Alpargatas (ALPA4) e da Eztec (EZTC3), assim como foi apresentado na primeira e segunda estimativas da B3. A novidade ficou por conta dos papéis da Porto Seguro (PSSA3).
Na nova carteira, as ações da Vale continuam com a maior participação do índice, de 11,89%, enquanto os papéis da ON tem fatia de 4,537%. Já o Itaú possui uma participação de 7,513%.
As ações da Porto Seguro foram incluídas na carteira de dividendos do Santander deste mês. Em relatório, os analistas da casa ressaltaram que a companhia pode se beneficiar da melhora do índice de sinistralidade e do crescimento de novas verticais, como saúde e banco. Além disso, eles afirmaram que a receita financeira da companhia pode ser incrementada em um ambiente de taxas de juros mais altas.
“Agora, com a curva Selic sugerindo um ciclo de aumento de aproximadamente 400 bps, estamos aumentando significativamente nossas estimativas de receitas financeiras [da Porto Seguro] para 2025 em 30%”, destacaram os especialistas do Santander, em relatório.
As ações da Vale, por outro lado, recuaram na sessão e fecharam com queda de 0,55%. Hoje, a companhia comunicou que o acerto entre a empresa e o Ministério dos Transportes gerou a receita de R$ 4 bilhões ao Tesouro Nacional ainda no exercício de 2024, segundo uma fonte ouvida pelo Valor.
Os recursos fazem parte de revisão dos termos da renovação de contrato das ferrovias Vitória-Minas (EFVM) e Carajás (EFC), fechados na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. A mineradora disse que o acerto limita a transferência de recursos ao montante de R$ 11 bilhões. Isso porque outra parte da negociação, de R$ 7 bilhões, ainda precisa avançar.
Em relatório, analistas do BTG Pactual ressaltaram que o acordo remove uma das últimas pendências para a Vale e permite que a empresa tenha uma base “mais limpa” para 2025.
Considerando que serão pagos antecipadamente R$ 4 bilhões do valor total e R$ 7 bilhões ao longo de vários anos, o BTG considera que o impacto no quarto trimestre equivale a uma provisão adicional de R$ 1,7 bilhão, em linha com as previsões do banco.
Os papéis da Eneva também foram penalizados na sessão de hoje. O recuo ocorreu após publicação de uma portaria pelo Ministério de Minas e Energia com regras para um leilão de capacidade para térmicas e hidrelétricas. Segundo analistas ouvidos pelo Valor, o texto publicado permite a contratação das térmicas existentes até 2027. A partir de 2028, porém, apenas novas térmicas poderiam se habilitar.
A questão, segundo especialistas, é que os ativos a serem renovados da Eneva, que são Parnaíba 1 e Parnaíba 3, encerram seus contratos no final de 2027. Como o leilão para 2027 prevê o início do suprimento em julho, ela não poderia participar do certame.
Um especialista em energia consultado pela reportagem afirma que o mercado aguardava que a Eneva conseguiria recontratar ambas as usinas neste leilão, o que ajudou a pressionar para baixo os preços dos papéis na sessão de hoje.
Porém, na visão de um especialista em energia que não quis se identificar, a portaria pode gerar dúvidas ao não permitir que as usinas existentes possam participar do leilão. “Não tem nenhuma razão para limitar o uso de energia existente”, resumiu uma fonte.
Já as ações da CVC foram destaque positivo na sessão, com alta de 8,70% em dia de recuo dos juros futuros.
*Com informações do Valor Econômico
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