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Energia atrai bilhões e pode ter privatização da Eletrobras
Além da segurança dada pela regulação, que garante uma maior previsibilidade nos investimentos, o setor elétrico ainda estará em destaque entre as operações deste ano com a capitalização da Eletrobras, prevista para acontecer ainda no primeiro semestre.
A estatal, em seu plano de negócios mais recente, disse que pretende investir R$ 48,3 bilhões nos próximos cinco anos. Para 2022, a empresa prevê desembolso de R$ 5,2 bilhões, sendo que a maior parte do valor será direcionada para os segmentos de geração e transmissão, que vão receber aportes de R$ 1,6 bilhão e R$ 2,2 bilhão, respectivamente. Os valores, no entanto, ainda podem variar, já que a empresa está em processo de privatização.
Na semana passada, o BNDES anunciou que a oferta de ações da Eletrobras será iniciada até meados de março e que a precificação dos papéis deve ocorrer em abril.
A privatização da companhia acontecerá por meio da oferta primária de ações da empresa. Na operação, a União deixará de ter 72,33% do capital votante e será diluída no capital total da companhia. A expectativa é que a fatia da União caia para 45%.
O secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, confirmou recentemente que o valor total da privatização da Eletrobras deve chegar a R$ 100 bilhões, a maior operação deste tipo já realizada no Brasil.
Para além da Eletrobras, outras empresas do setor também devem desembolsar dezenas de bilhões de reais, com os investimentos em três frentes principais: modernização das redes, no caso das distribuidoras, conclusão dos projetos já leiloados de transmissão e ampliação da oferta de geração renovável e térmica.
As térmicas, de acordo com a analista da S&P Global Julyana Yokota, devem ganhar destaque de forma paralela às novas energias renováveis, baseadas nas fontes eólica e solar.
A analista afirma que essas matrizes têm como característica a intermitência e que, nesse cenário, as térmicas podem ser ativadas de forma instantânea. “Por causa da intermitência, vai haver um crescimento das térmicas a gás, porque elas caminham juntas.”
O avanço das térmicas deve levar também a um maior foco no segmento de transmissão, o que já foi um calcanhar de Aquiles para o setor elétrico no passado.
“Essas novas usinas têm que necessariamente estar conectadas, senão não vai fazer sentido. Nos primeiros leilões de eólicas, foram realizadas aquelas mega fazendas, mas sem transmissão”, diz Julyana.
Entre os investimentos já projetados pelas companhias para os próximos anos, a Neoenergia, por exemplo, já indicou que pretende desembolsar R$ 25 bilhões no país entre 2022 e 2025. Para este ano, a empresa manterá o foco em expansão de redes, nos projetos de transmissão e na continuação das obras dos parques eólicos e fotovoltaicos, além da melhoria da qualidade de serviço.
A italiana Enel, que investiu R$ 7 bilhões nos primeiros nove meses de 2021, não anuncia investimentos anuais por região, mas informou que deve aportar outros 5 bilhões de euros no Brasil nos próximos três anos. O presidente global do grupo, Francesco Starace, disse em entrevista que a companhia pretende seguir investindo em projetos de larga escala de geração renovável no país voltados para o mercado livre.
Para 2021, a CPFL projetava investir R$ 3,4 bilhões. A maior parte do valor foi direcionada à distribuição, em obras de expansão, melhorias e modernização do sistema elétrico. O plano de investimento da companhia soma R$ 15,22 bilhões até 2025, principalmente no segmento de distribuição.
Entre as estatais, os investimentos da Cemig deverão alcançar o total de R$ 22,5 bilhões no período de 2021 a 2025, uma média de R$ 4,5 bilhões por ano, com foco em modernização das redes em 2022.
Já a paranaense Copel prevê investir ao todo R$ 2,1 bilhão em 2022. A maior parte dos investimentos do grupo irá para distribuição de energia, que vai receber R$ 1,6 bilhão.
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