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Dólar à vista encerra primeira sessão do ano em queda
O dólar fechou o primeiro pregão de 2025 em ligeira queda. Em meio ao cenário de liquidez reduzida devido às festividades de fim de ano, a moeda apresentou oscilação firme durante a manhã e chegou a ultrapassar os R$ 6,22 nas máximas do dia. No entanto, o alívio observado nos juros futuros e os níveis elevados de prêmio de risco já embutidos nos ativos locais contribuíram para que o real se fortalecesse na sessão.
No fim do dia, o dólar comercial fechou em queda de 0,28%, negociado a R$ 6,1624 no segmento à vista, enquanto o euro comercial caiu 1,66%, a R$ 6,3174. No horário do fechamento, o dólar futuro para fevereiro caía 0,10%, aos R$ R$ 6,1985.
A primeira sessão do ano até voltou a registrar a dinâmica negativa que se estabeleceu na moeda brasileira nas últimas semanas de 2024. Com a liquidez reduzida de negócios, o dólar chegou a avançar 0,70% frente ao real nas máximas do dia, alcançando a marca de R$ 6,2268.
No entanto, os juros futuros passaram a cair com força durante a manhã e acabaram puxando também o dólar para níveis mais baixos. Segundo o gestor de moedas de uma instituição local, o movimento repentino exibiu características de “alocação de algum player estrangeiro”, aponta.
As últimas semanas de 2024 foram marcadas, em geral, por uma extensão do estresse visto nos últimos meses do ano e que acabou desencadeando intervenções tanto do Banco Central quanto do Tesouro Nacional nos mercados de câmbio e títulos públicos.
Mais recentemente, o impasse entre os poderes Legislativo e Judiciário sobre a liberação do pagamento de emendas parlamentares aumentou a tensão entre os investidores, que temem por um bloqueio das medidas de ajuste fiscal do governo, em um cenário de elevado pessimismo com o estado das contas públicas.
Em cenário econômico divulgado hoje, a Porto Asset aponta que o ajuste implementado durante a primeira metade do governo atual mostrou-se aquém do necessário para estabilizar a dívida em relação ao PIB no médio prazo, enquanto o pacote de corte de gastos anunciado em novembro e aprovado ao final de dezembro tampouco foi suficiente para reverter as expectativas nesse quesito.
“Na falta de medidas significativas sobre os indexadores e as vinculações dos gastos, consideramos pouco provável uma reversão relevante das expectativas fiscais no curto prazo”, afirmam os profissionais da gestora.
Entre os fatores de risco citados pela Porto Asset para o cenário-base da instituição, de que a Selic suba a 15,25% neste ano, estão uma rápida desaceleração da atividade econômica por uma piora dos fundamentos ou uma reversão nas perspectivas para as contas públicas, que poderia “desanuviar o prêmio de risco de forma significativa e auxiliar na desinflação a despeito da atividade econômica”, apontam.
“Por outro lado, uma intensificação das tendências observadas ao longo do ano pode levar a nova trajetória de rápida depreciação cambial, o que rapidamente implica em aperto significativo das condições financeiras e aceleração adicional da inflação. Conclui-se naturalmente que o ano de 2025 será desafiador tanto para a economia doméstica quanto para a economia global”, apontam os profissionais da instituição.
*Com informações do Valor Econômico
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