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Com crise do clima, agro dará contribuição menor ao PIB
Empresas citadas na reportagem:
Com excesso de chuvas em algumas regiões e seca em outras, a contribuição da agropecuária para o PIB do país – vista como um dos pilares da atividade em 2022 – deve ficar abaixo do esperado. Apesar da previsão de desempenho positivo para o setor, após a queda projetada para o número oficial de 2021, os problemas climáticos têm levado a revisões nas estimativas de crescimento econômico.
A mudança na estimativa do BNP Paribas para o PIB em 2022, de +0,5% para -0,5%, contempla o PIB agropecuário saindo de 5% para cerca de 1,5%, diz Gustavo Arruda, chefe de pesquisa para a América Latina. Ele calcula que a agropecuária tirou, diretamente, 0,2 ponto percentual de sua projeção para o PIB nacional. Somando efeitos indiretos – – tratores, por exemplo, têm peso importante na produção de veículos – o impacto negativo estaria mais perto de 0,3 ponto.
O Instituto Brasileiro de Economia (FGV Ibre) ajustou a previsão para o PIB de 0,7% para 0,6%, entre outras razões, por causa da revisão na agropecuária, de 5% para 3,5%. O Barclays, que rebaixou seu PIB nacional em 2021 de 4,5% para 4,3%, diz monitorar riscos negativos, mas manteve a previsão de 0,3% para 2022.
O economista-chefe no país, Roberto Secemski, cita “condições extremas de calor e seca no Sul do Brasil ameaçando a produção de soja e milho, que normalmente lideram os ganhos agrícolas no primeiro trimestre de cada ano”.
O Itaú Unibanco reviu a previsão de alta do PIB agropecuário de perto de 5% para algo entre 1% e 2,5%, mas, segundo o economista Luka Barbosa, a projeção de -0,5% para o Brasil continua válida.
Em seu último relatório, de 11 de janeiro, a Conab cortou em quase 7 milhões de toneladas sua projeção para a colheita de grãos no Brasil, que passou a ser de 284,39 milhões de toneladas na safra atual. Os dados dizem respeito à semana até 18 de dezembro e novas revisões para baixo devem ocorrer, diz Cristiano Oliveira, economista-chefe do Banco Fibra.
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