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Brasil com inflação mais baixa que EUA, Alemanha e Inglaterra? Não é bem assim
O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, foi ao Twitter na terça-feira comemorar a divulgação da deflação do IPCA em julho, e procurou destacar como um feito positivo do governo Bolsonaro o fato de que a inflação anual de 2022 no Brasil poderá ficar abaixo da observada na Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos.
“A maior deflação da história brasileira. Iremos terminar o ano com uma inflação abaixo de 7%. Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha terão inflação acima de 8%. Brasil, porto seguro do investimento”, Sachsida.
Todos os países estão sofrendo com a alta de preços desde o ano passado, por causa de falta de produtos e insumos, e pela explosão do preço de commodities, seja de alimentos ou do petróleo.
Mas o que poderá fazer o Brasil ter uma variação de inflação momentanemente inferior à de países ricos não é o sucesso da gestão econômica, como Sachsida tenta fazer parecer ao dizer que o país é um “porto seguro” para os investimentos. E sim o impacto pontual da redução do ICMS da gasolina e energia imposta aos Estados, que ficarão com um problema orçamentário para resolver quando o petróleo cair de preço.
Segundo o IBGE, o corte do ICMS teve efeito de 1,38 ponto percentual no IPCA de julho. Ou seja, sem a canetada nos impostos estaduais, a inflação brasileira de 2022 ficaria em linha com a dos países citados, acima de 8%.
Já quando se olha a inflação de um período mais longo nos , é possivel notar que Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos tiveram uma inflacão média acumulada em torno de 14,5% entre o início de 2019 (quando começou o governo Bolsobaro) até a metade deste ano. Já no Brasil, a cesta média de consumo das famílias saltou muito mais do que isso: 25,7%.
E nossa inflação segue bem mais alta que a dos países ricos a despeito de termos uma taxa basica de juros hoje em 13,75% ao ano, enquanto a Alemanha (zona do euro) tem zero, a Inglaterra tem de 1,75% e os EUA tem de 2,25% a 2,50%.
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