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Dólar hoje registra queda de 1,20% após bater R$ 5,86 com vitória de Donald Trump nos EUA
O valor do dólar hoje oscila forte após a vitória do candidato republicano Donald Trump nas eleições para a Presidência dos Estados Unidos.
A moeda chegou a bater nova máxima intraday no ano, de R$ 5,86 na manhã desta quarta-feira. Mas perdeu força e registrou queda de 1,26% contra o real, cotada em R$ 5,67. Assim, a divisa brasileira registra uma valorização forte mesmo com os ventos da eleição nos EUA.
Enquanto se desvaloriza no Brasil, o dólar hoje sobe contra outras moedas no mundo.
O índice DXY, que mede a força do dólar uma cesta de moedas importantes na economia mundial como o euro e o iene, sobe 1,61%, beirando os 105,1 pontos.
O cenário para o dólar não é tão claro mesmo após a vitória de Trump, segundo analistas.
O mercado agrega os efeitos da decisão do Banco Central sobre a taxa Selic nesta quarta a um anúncio de possível medidas para conter gastos fiscais.
Dólar hoje devolve alta com foco em Selic e meta fiscal
O fortalecimento do dólar contra o mundo leva em conta o protecionismo de Trump e os impactos em diferentes países. Esta é a avaliação de Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos.
Mas ele também avalia que o real “já está bastante desvalorizado contra o dólar” por conta do estresse do mercado financeiro com os ruídos de meta fiscal.
“Esse questionamento do mercado com o fiscal fez o carry trade com o real ficar mais interessante a investidores, mesmo antes da eleição nos Estados Unidos”, argumenta Massote.
Se o dólar subiu por fatores domésticos nas últimas semanas, hoje perde força pelo mesmo motivo.
Isso porque o mercado financeiro conta com um aumento da Selic e até com o anúncio de medidas para cortar despesas fiscais. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne nesta tarde com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e outros auxiliares de primeiro escalão no Palácio do Planalto.
Além da alta de juros, se o governo anunciar medidas fiscais para redução da trajetória de dívida em relação ao PIB “a moeda brasileira pode voltar a ganhar espaço”. É o que afirma Eduardo Moutinho, analista do Ebury Bank.
“Principalmente depois dessa turbulência de curto prazo.”
A especulação sobre o dólar hoje envolve uma postura ainda mais hawkish do Copom nesta quarta.
“Está uma manhã bastante diferente”, comenta Alexandre Viotto, head de mesa de câmbio na EQI Investimentos. “Temos a informação circulando que o dólar chegou a R$ 6, mas não é verdade”, rebate.
Por que Donald Trump fortalece a moeda americana?
A volta de Trump à Presidência dos Estados Unidos marca o retorno de uma forte política de tarifas comerciais dos Estados Unidos.
Tanto para rivais quanto até a parceiros dos EUA no mundo. Assim, o dólar deve subir de valor com o republicano no poder.
Segundo a Oxford Economics, a expectativa é de uma imposição de barreiras tarifárias de 60% à China e 10% a parceiros comerciais.
Trump é visto por economistas e estrategistas de bancos e corretoras como um vetor de alta para a inflação dos Estados Unidos.
Não à toa, os principais títulos do Tesouro americano, o Treasuries de 10 anos, registram alta de 4,26% para 4,45%.
A perspectiva de juros mais altos nos Estados Unidos no longo prazo traz a atenção para o dólar. Contudo, a moeda americana perde força contra o real no pregão, enquanto ganha contra euro, iene e outras divisas.
Contra outros emergentes, o cenário não é diferente. Em comparação com o peso mexicano, o dólar também registra queda nesta quarta-feira após iniciar o pregão sob forte alta de mais de 2%.
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