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Dividendos da Braskem: existe chance de distribuição em 2025? O que dizem bancos e corretoras
A Braskem enfrenta dificuldades financeiras após o desastre em Alagoas, impactando a distribuição de dividendos. Analistas não esperam proventos em 2025, mas veem potencial de valorização das ações com melhorias operacionais. A empresa precisa lidar com variáveis como preço do petróleo e câmbio para reverter o cenário atual.
Empresas citadas na reportagem:
A Braskem (BRKM5) esteve no centro das atenções após o desastre em Alagoas, quando a atividade de extração da empresa causou o afundamento do solo e prejudicou dezenas de milhares de famílias. Os prejuízos afetam os resultados da empresa até hoje. E isso seguirá assim nos próximos anos. Nesse cenário, há alguma chance de distribuição de dividendos da Braskem para 2025?
Atualmente, a Braskem não é reconhecida como empresa pagadora de dividendos. “Embora a margem e o negócio principal sejam lucrativos, a empresa passa por maus momentos e não gera lucro e retorno ao acionista”, destaca Marcos Duarte, analista da Nova Futura.
A tendência é que a empresa siga sem distribuir proventos em 2025. Contudo, os investidores podem ter algum ganho relacionado por valorizações pontuais das ações, caso haja interesse – e habilidade – na negociação com os papéis.
Entenda o que bancos de investimentos e corretoras falam sobre os dividendos da Braskem e o comportamento da empresa na bolsa. Antes, veja quanto a empresa distribuiu em dividendos nos últimos anos.
Histórico recente de dividendos da Braskem (BRKM5)
Dividendos da Braskem para 2025?
Ainda não há projeções definitivas para os dividendos de 2025. A empresa depende de variáveis como o preço do petróleo, demanda por produtos petroquímicos, câmbio (afinal, boa parte da receita da Braskem vem de exportações) e desalavancagem.
Duarte, da Nova Futura, diz que no atual cenário se essas variáveis seguirem na tendência atual, “é bem provável que a empresa não pague dividendos em 2025″.
“Caso a Braskem mantenha a disciplina financeira e o cenário macroeconômico seja favorável, é possível que tenha espaço para distribuir valores atrativos, mas isso ainda é especulativo”, acrescenta Duarte.
Portanto, investir na Braskem pensando em dividendos aparentemente não é o melhor negócio. Ainda mais levando-se em conta que a concorrência tem oferecido melhores oportunidades em proventos.
A Unipar (UNIP6), concorrente da Braskem, pagou aos acionistas em média R$ 1,05 por ação sobre os seus lucros no último trimestre.
Pensando em valorização das ações, vale investir na BRKM5?
As ações têm sofrido com o desinteresse do mercado, que aponta para um viés de queda leve contínua desde meados de junho de 2023.
As ações da Braskem costumam se valorizar quando a companhia consegue navegar bem pelos ciclos econômicos e pelos seus próprios resultados e reestruturação. Aí está alguma oportunidade de valorização dos papéis.
“Com a posse dos novos diretores, a recomendação é que o investidor aguarde a empresa apresentar novos números e resultados consistentes para mudar o viés e o mercado passar a acreditar na nova fase da empresa”, diz Duarte.
Questões que afetam o preço das ações e os dividendos da Braskem
O analista da Nova Futura diz que recentemente a empresa tem mostrado esforços na desalavancagem e melhora operacional. Isso pode beneficiar o preço das ações.
No entanto, o cenário ainda exige cautela, “já que eventos externos, como variações na demanda global por petroquímicos, impactam diretamente seus resultados”, diz Duarte.
Além disso, a XP destaca em relatório o evento em Alagoas e o impacto sobre as finanças da companhia.
“A Braskem vem apresentando um déficit de fluxo de caixa de cerca de US$ 600 milhões a 700 milhões por ano recentemente”, diz a XP. Assim, “com cerca de US$ 500 milhões (são) atribuíveis a desembolsos relacionados a Alagoas”, complementa o relatório.
A avaliação é de Regis Cardoso, head de óleo, gás e petroquímicos da XP, e de Helena Kelm, analista do mesmo segmento.
Assim, espera-se que os desembolsos de Alagoas se mantenham próximos a US$ 450 milhões em 2025, mas devem diminuir significativamente – para perto de US$ 200 milhões – em 2026.
Resultados financeiros ‘superaram as expectativas’, diz o BTG
O BTG também destaca a melhoria dos dados operacionais da Braskem no terceiro trimestre. Assim, os resultados financeiros “superaram as expectativas”.
Em relatório, o banco destacou menores despesas administrativas e operacionais, fruto das iniciativas em eficiência promovidas pela empresa. Além disso, mencionou melhora nos spreads em todas as regiões em que a companhia atua.
Recomendações para BRKM5
Ainda assim, o BTG afirma que a baixa capacidade de geração de caixa da empresa em meio a um ciclo de desaceleração “continua sendo uma preocupação”.
Por isso, os analistas do banco dizem que ainda não estão otimistas com as ações da Braskem.
A melhoria dos spreads não foi suficiente para transferir o valor da dívida para o capital através de uma desalavancagem mais rápida.
Além disso, o fornecimento global de resina continua a exceder a demanda. Assim, a previsão é de algumas revisões de preço para baixo.
“Esperamos por um ponto de entrada melhor à frente”, diz o BTG.
Nesse sentido, Duarte, da Nova Futura, complementa dizendo que apostar em valorizações pontuais dos papéis nos próximos meses pode render algum ganho para quem deseja especular.
Contudo, para quem investe de olho nos fundamentos da empresa e para um prazo mais longo, a companhia ainda não se mostra uma boa opção.
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