Ondas de calor: é hora de investir nas ações do setor de energia?
Apenas nos três primeiros meses deste ano, o Brasil teve três ondas de calor. Com os termômetros nas alturas, sobe também o consumo energético, como ar condicionado. Será, então, um bom momento para investir ações de energia? Confira a análise de Fernando Bresciani, analista de investimentos do AndBank, e Victor Bueno, sócio e analista de ações da Nord Research.
É hora de investir em ações de energia?
Ações de energia podem, sim, ser interessantes neste momento, dizem os especialistas. Mas não necessariamente porque enfrentamos ondas de calor no Brasil. “Pensando em previsibilidade e solidez, o investimento em empresas de energia pode fazer sentido”, considera o analista Victor Bueno, da Nord.
Para ele, o que pesa mesmo na decisão dos investidores são os bons resultados que as empresas apresentam e a previsão de que elas continuem pagando dividendos. “Quando pensamos em empresa de energia, pensamos em solidez”, diz ele. “E solidez é sinônimo de resultados consistentes e perenes, e isso traz possibilidade de distribuir melhores proventos para os acionistas”, complementa.
Assim, o analista Fernando Bresciani faz uma leitura semelhante. “Ações de energia elétrica podem ser interessantes neste momento porque temos muita coisa barata pagando um bom dividend yield”, avalia.
Quais ações de energia podem ser interessantes neste momento?
Veja abaixo as ações de energia estão no radar dos dois analistas de mercado – e os motivos que os levaram a apontar tais ativos:
Copel (CPLE6)
Começando pela lista de ações de energia de Bresciani, vale a pena ficar de olho em papéis da Copel (CPLE6), Companhia Paranaense de Energia, que foi privatizada no ano passado. “Ela tem dever de casa para entregar e recuperação de margens”, afirma. No último ano, de acordo com o especialista, elas renderam 41,72%.
CPFL Energia (CPFE3)
“A CPFL Energia (CPFE3) entregou um bom resultado e é uma boa pagadora de dividendo”, avalia o especialista do AndBank. “No último ano, ela rendeu 19,37%”, diz ele.
Equatorial (EQTL3)
Para Bresciani, também pode ser interessante ficar atento às ações da Equatorial (EQTL3), holding que atua em distribuição, transmissão, comercialização e geração de energia distribuída. Na sua leitura, seus papéis estão defasados e, no último ano, ele calcula que as ações tenham rendido 20,48%.
Auren (AURE3)
Em seguida, Bresciani destaca as ações da Auren (AURE3), investida do grupo Votorantim. “Ela acabou de entrar na prévia do Ibovespa e, como está defasada, vai ter procura”, acredita. Apenas para lembrar, no ano passado, a empresa distribuiu R$ 1,5 bilhão em dividendos.
Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (TRPL4)
Os dois especialistas incluem a TRPL4, da ISA CTEEP (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica), entre as ações de energia para ficar de olho. Na opinião de Bresciani, a ação não tem tanta defasagem, mas paga um bom dividend yield e vem entregando bons resultados.
Victor também destaca o bom pagamento de dividendos dos papéis. “O yield para 2024 deve ser de 8,2%”, diz ele, lembrando que a ação valorizou 25,68% no último ano.
Eletrobras (ELET6)
Por fim, entre as ações de energia, o especialista do Andbank destaca os papéis da Eletrobras (ELET6). “A ação está defasada e, desde que não haja interferência do governo, é uma empresa que tem tudo para andar”, diz ele. No último ano, a ELET6 valorizou 34,27%.
Neoenergia (NEOE3)
De acordo com Victor, outra opção entre ações de energia são os papéis da Neoenergia (NEOE3), que valorizaram 48,05%. A empresa atua em geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia em 18 estados e no Distrito Federal. A previsão de dividend yield para 2024 é de 3,4%.
Engie (EGIE3)
Entre as empresas de geração de energia, Victor destaca a Engie (EGIE3), que atua em geração, comercialização e transmissão de energia elétrica e tem 100% de sua capacidade instalada proveniente de fontes renováveis como usinas hidrelétricas, eólicas, solares e a biomassa. “A EGIE3 valorizou 28,17% no ano passado e seu dividend yield para 2024 deve ser de 6,8%”, calcula.