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Natura decepciona com geração de caixa, Aesop e Body Shop; ação (NTCO3) despenca 10,4%
O balanço da fabricante de cosméticos Natura &Co., divulgado na noite de quinta-feira (11), decepcionou os investidores de alto a baixo. Em reflexo, suas ações tiveram a maior queda da Bolsa de Valores B3 nesta sexta (12). Os papeis (NTCO3) terminaram o dia em queda de 10,6%, cotados a R$ 14,28 cada. O Ibovespa, principal índice acionário local, avançou 2,78%, para 112.764 pontos.
A companhia, dona das marcas Natura, Avon, Aesop e The Body Shop, registrou prejuízo de R$ 766 milhões no segundo trimestre do ano; no mesmo período de 2021, teve lucro de R$ 235 milhões. A receita no período de abril a junho deste ano ficou em R$ 8,7 bilhões, com uma alta de 0,4% ante igual intervalo do ano passado.
O Ebitda (ganhos antes de juros, impostos, depreciação e amortização, também chamado de geração de caixa) caiu 14,3% nesse período, para R$ 695 milhões – 17% abaixo da projeção do banco americano de investimentos Citi. Analistas liderados por João Pedro Martins escreveram, em relatório a clientes, que os resultados da companhia vão continuar pressionados por fatores externos como o conflito na Ucrânia, que está prejudicando as operações da Avon International e da The Body Shop.
Os analistas do banco americano Goldman Sachs também ressaltaram a fraqueza dos ganhos. “Considerando o crescimento de vendas abaixo da inflação na maioria das marcas e regiões-chave, notamos que a compressão da margem Ebitda poderia ter sido ainda maior, não fosse o nível de custos e despesas sinergias”, escreveram Irma Sgarz, Felipe Rached e Gustavo Fratini. Em sua avaliação, a empresa está exposta a demanda desafiadora em mercados-chave onde o posicionamento da marca e o poder de precificação podem não ser fortes o suficiente para compensar a crise da economia.
Natura reage
A geração de caixa vai ser a prioridade da Natura, disse Fábio Barbosa em sua primeira teleconferência de resultados como presidente da companhia. Ele assumiu o cargo em junho, em substituição a Roberto Marques. De acordo com o executivo, o curto prazo ainda será desafiador para a empresa, com tendência de melhora nas vendas, mas margens ainda pressionadas pelo ambiente macroeconômico negativo.
A Natura também vai focar em cortar custos. “Mapeamos uma série de economias na holding. Se elas tivessem sido implementadas no ano passado, o impacto teria sido uma redução anualizada de pelo menos 40% nas despesas corporativas recorrentes”, disse Barbosa. A expectativa da Natura é que o trabalho do comitê de transição do comando seja encerrado até o fim do ano.
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