Mais três ações do Brasil devem sair do MSCI em março; saiba quais são os papéis
Empresas citadas na reportagem:
As ações de empresas do Brasil vão perder mais espaço na próxima revisão da carteira global de mercados emergentes do MSCI.
É o que aponta levantamento do Bank of America, com base nas estimativas para o portfólio que tem revisões trimestrais.
Então, na atualização a ser anunciada em 11 de fevereiro, para entrar em vigor em 3 de março, três papéis devem deixar a carteira.
São eles: CSN (CSNA3), Hypera (HYPE3) e Banco Inter (INTR32). Por outro lado, não deve haver nenhuma adição no Brasil.
Ações brasileiras em queda livre no MSCI
A nova previsão é mais um sinal de como o mercado brasileiro de renda variável vem perdendo relevância global.
Isso reflete a combinação de fraco desempenho das ações e desvalorização do real frente ao dólar dos Estados Unidos.
Com isso, só em 2024 o Ibovespa, teve desvalorização de 29,9%, em dólares, um dos piores desempenhos do mundo.
O MSCI considera as empresas mais relevantes de cada setor com base no valor de mercado em dólares.
Assim, o resultado é que cada vez menos empresas brasileiras vêm conseguindo atingir o limite.
Na última revisão do MSCI, em novembro, outras três ações também deixaram a carteira: Assaí (ASAI3), PagSeguro (PAGS34) e Carrefour Brasil (CRFB3).
Essa sucessão de exclusões vem levando o Brasil a perder representatividade no MSCI de mercados emergentes.
Portanto, enquanto as ações brasileiras representavam 7,6% da carteira global em 2019, atualmente essa fatia é de 4,2%.
“Menos membros na carteira significa que o peso do Brasil dentro pode continuar a cair”, afirmou o time de estratégia em América Latina do BofA, sob liderança de David Beker.
Isso aconteceu mesmo após uma mudança na metodologia do MSCI, em 2024, que permitiu incluir na carteira papéis brasileiros com listagem apenas no exterior.
Foi isso que permitiu que Nubank (ROXO34), Stone (STOC31), PagSeguro e Inter entrassem no índice.
O que é o MSCI e por que ele é importante
A MSCI é uma empresa norte-americana que provê índices de mercado.
Do seu portfólio principal MSCI, há várias subdivisões. Um deles, o Latam, tem ações de empresas da América Latina, incluindo do Brasil.
Esses indicadores são importantes porque servem de guia para gestores de recursos com dezenas de bilhões de dólares em carteira.
A cada três meses (em fevereiro, maio, agosto e novembro), a composição da carteira passa por revisão.
Portanto, isso permite rebalancear essa mesma carteira, excluindo ações de empresas que perderam relevância no mercado em troca de outras que estão em alta.
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