MRV&Co (MRVE3) tem prejuízo no 3° tri e indica maior cautela nos Estados Unidos em 2024

Resultado foi influenciado pela Resia, braço da MRV nos Estados Unidos, que não teve nenhuma venda no período

A MRV (MRVE3) sinalizou nesta quarta-feira (8) que será mais cautelosa com sua operação nos Estados Unidos em 2024, devido ao período de juros mais altos naquele país, que tem atingido o setor imobiliário.

“Estamos atentos à luta do Federal Reserve para trazer a inflação de volta a suas metas”, afirmou a MRV, frisando que isso resultou em menor disponibilidade de crédito.

Por isso, optou “por uma estratégia momentânea de estabilidade do tamanho da operação da Resia”, seu braço de negócios nos EUA.

As informações fazem parte do balanço do terceiro trimestre, quando a MRV&Co teve prejuízo de R$ 20,9 milhões.

Um ano antes, a companhia tinha tido resultado também negativo de R$ 20,3 milhões.

O desempenho do trimestre mais recente foi influenciado pela Resia, que não teve nenhuma venda no trimestre, fazendo o conglomerado fechar o período com queima de caixa de R$ 46 milhões.

Para atingir sua meta de “queima de caixa zero” para a Resia em 2024, a MRV afirmou que só vai iniciar obras que já tenham o financiamento necessário por meio de compromissos firmes.

Virada

O movimento ilustra como a MRV está procurando se adaptar às mudanças de cenário econômico nos últimos anos no Brasil e nos Estados Unidos, seus principais mercados.

Nos últimos anos, fortes vendas da Resia ajudaram a companhia a aliviar a pressão de resultados fracos no Brasil, com margens comprimidas, diante de um cenário de inflação elevada e menos recursos para programas de habitação popular.

Agora, enquanto os EUA enfrentam a maior taxa de juros em mais de duas décadas, o Brasil vive um ciclo de queda da Selic, o que tem retomado as expectativas de crescimento do setor imobiliário.

Isso já tem se refletido nos resultados da MRV, a maior construtora do país.

De julho a setembro, a receita líquida da MRV no Brasil somou R$ 1,9 bilhão, alta de 17,7% sobre um ano antes.

Sua margem bruta atingiu 23,4%, crescendo 4,5 pontos percentuais em um ano.

De olho nas oportunidades que um período de juros cadentes pode oferecer, a MRV captou em julho R$ 1 bilhão no mercado por meio de uma oferta de ações.

E o presidente do conselho da MRV, Rubens Menin, disse em setembro que o mercado imobiliário brasileiro vai brilhar em 2024.