Ibovespa recua 0,22% com persistência da inflação; ações de saúde têm piores quedas

Hapvida e NotreDame Intermédica caíram após informar sinergias menores do que as esperadas depois da fusão

A Bolsa de Valores brasileira, a B3, começou a semana em queda. Os investidores no mercado financeiro estão desanimados com a persistência da inflação e a divergência do governo federal sobre as medidas para conter o avanço dos combustíveis, um dos principais impulsionadores dos preços nos últimos meses.

Logo cedo, nesta segunda-feira (7), o boletim semanal Focus mostrou que os especialistas do mercado elevaram sua projeção para a inflação em 2022 de 5,38% para 5,44%. É a quarta alta seguida, apesar de o Banco Central estar aumentando os juros na tentativa de controlar os preços. Na semana passada, o Copom (Comitê de Política Econômica do BC) puxou a Selic para 10,75% ao ano. No entanto, como boa parte do aumento da inflação é causada pela elevação dos preços de matérias-primas, uma parte do mercado duvida que somente os juros serão capazes de segurar o IPCA.

A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos combustíveis tampouco é vista como solução para a disparada da gasolina e do diesel. Ao contrário. O projeto prevê um auxílio de R$ 1,2 mil para os caminhoneiros, aumenta de 50% para 100% o vale-gás e desonera a energia elétrica, medidas que devem ter um impacto estimado de até R$ 100 bilhões nas contas do governo e um enorme dano à credibilidade da administração federal em gastar com responsabilidade.

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, terminou o dia em baixa de 0,22%, aos 111.996 pontos.

As ações das empresas do setor de saúde tiveram as piores baixas. A Hapvida caiu 4,42%, para R$ 11,88, e o GNDI recuou 4,75%, a R$ 67,65, depois de informarem que esperam que a fusão das duas empresas gere sinergias de R$ 1,38 bilhão entre 2022 e 2024 – menos do que o esperado inicialmente pelos investidores.

Entre as altas do pregão de hoje, a BB Seguridade foi destaque, subindo 5,7%, para R$ 24,14. A divisão de seguros do Banco do Brasil anunciou um salto de 33,8% nos seus lucros no quarto trimestre de 2021 ante o mesmo período de 2020, para R$ 1,226 bilhão, o que vai resultar em um pagamento de dividendos de R$ 1,83 bilhão aos seus acionistas.