Gol (GOLL4) vai seguir sendo ‘forte e concorrente’, diz CEO da Azul (AZUL4)

John Rodgerson afirmou que empresa está olhando oportunidades de crescimento, mas não comentou sobre suposto interesse na concorrente

O CEO da Azul (AZUL4), John Rodgerson, não falou especificamente sobre a possibilidade de a empresa adquirir parte ou a totalidade da Gol (GOLL4), que está em recuperação judicial. Contudo, em entrevista coletiva, disse acreditar que a empresa deve seguir operando e protegendo seu marketshare.  

Segundo Rodgerson, “a Gol vai ser empresa forte e concorrente”. Ele acredita que os executivos da Gol “vão proteger os slots que eles têm” e afirma que “não está no radar” da Azul avançar sobre os espaços hoje pertencentes aos concorrentes em aeroportos pelo Brasil.  

Sobre a aquisição da concorrente, ele diz que não pode comentar “algo que está na mídia”. Mas diz que a empresa está “olhando oportunidades” de crescimento inorgânico.

O lucro operacional da Azul (AZUL4) somou R$ 883,2 milhões no quarto trimestre do ano passado. Trata-se de uma alta de 68,32% na comparação anual. Há mais informações sobre a empresa neste link. Já a Gol (GOLL4) registrou prejuízo líquido recorrente de R$ 21,8 milhões no mesmo período.

Linha de crédito

Rodgerson disse ainda que o governo tenta viabilizar uma linha de crédito para o setor aéreo. Porém, ainda não há definição sobre o valor exato – estão na mesa cifras entre R$ 5 bilhões a R$ 8 bilhões – nem a origem desse crédito, se via BNDES ou instituições privadas.

Voa Brasil

O programa Voa Brasil, que promete oferecer passagens a R$ 200 para públicos e destinos específicos, está em compasso de espera por conta da necessidade de se discutir outras necessidades do setor aéreo, segundo a Azul.

“Estamos trabalhando junto com o governo, a gente vê o Voa Brasil com bons olhos, mas queremos endereçar alguns problemas do setor”, disse Rodgerson.

Um dos problemas identificados pela Azul é o preço do querosene de aviação. “A gente está questionando coisas que não questionam há décadas, como, por exemplo, por que o Brasil tem o querosene mais caro do mundo”, diz Alexandre Malfitani, CFO da empresa, também durante a coletiva.

Voa Brasil não encareceria outros voos, garante Azul

Além disso, Malfitani garante que o Voa Brasil não geraria custo extra para outros passageiros como forma de sustentar o programa.

A Azul diz que já tem de 20% a 25% das passagens vendidas a menos de R$ 300 e que o Voa Brasil não seria uma sobreposição, mas um acréscimo de público dentro dessa faixa. Portanto, seria uma nova linha de receita, sem aumentar custos de maneira relevante.

“O custo marginal para se transportar alguém se o voo já está saindo não é tão alto. A questão é mais de quem e como cobrar mais barato”, avalia.