BTG pode ficar com o último ativo valioso de Eike Batista
Empresas citadas na reportagem:
A novela do leilão das debêntures da Anglo American que pertencem à massa falida da MMX, de Eike Batista, ganhou mais um capítulo — que está longe de ser o último. Depois de três tentativas fracassadas de vender o último ativo de valor do ex-bilionário, um novo certame está na praça, com o preço mínimo de R$ 360 milhões. Em agosto, na tentativa anterior de vender as debêntures, o lance inicial era de US$ 360 milhões. E quem deve levar os papeis é o BTG Pactual.
A informação é da coluna do Lauro Jardim, no jornal O Globo.
De acordo com um comunicado enviado anteontem à Justiça mineira pelo administrador judicial, Bernardo Bicalho, um fundo de investimentos do banco de André Esteves fez uma oferta “na condição de stalking horse”, o que significa que outras propostas ainda podem ser feitas — o prazo final para o recebimento de novas ofertas termina na segunda-feira. Quem acompanha esse enrolado negócio de perto não acredita em outras propostas.
O episódio anterior dessa novela, que foi ao ar no mês passado, mostrou o fracasso da terceira tentativa de venda das debêntures por meio de um leilão, autorizado pela Justiça de Minas Gerais: a solitária proposta pelo ativo era inferior ao preço mínimo estipulado. Inicialmente, Eike imaginou que, vendendo essas debêntures por US$ 360 milhões poderia pagar a multa de R$ 800 milhões que deve à Justiça pelo acordo que fez para se livrar da prisão, na Lava-Jato. Só que nada saiu como ele esperava. E hoje esses papéis parecem valer apenas 20% do que Eike gostaria que valessem.
Eike, no entanto, se prepara para tentar embargar o leilão. Deve entrar com uma ação entre hoje e amanhã na Justiça mineira.
Se o BTG ficar mesmo com as debêntures, será uma espécie de ironia da história. Quase dez anos atrás, o banco e o então poderoso grupo X firmaram uma parceria de “cooperação estratégica” para novos negócios que acabou em desentendimentos entre Eike e André Esteves. Ou, para ser mais preciso, o então sétimo homem mais rico do mundo decidiu acabar com o acordo. Agora, Esteves, dono do maior banco de investimentos do Brasil, está prestes a ficar com o que restou do grupo X.
Por Lauro Jardim
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