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A Maha Energy projeta que a Brava Energia (BRAV3) pode pagar até três vezes seu valor de mercado em dividendos nos próximos anos. A empresa enfrenta desafios operacionais e altos custos de extração. Analistas consideram as estimativas otimistas, mas destacam potencial de geração de caixa a partir de 2025.
Responsável pela fusão entre 3R Petroleum e Enauta, a companhia sueca Maha Energy projetou em uma apresentação a investidores dividendos bilionários da Brava Energia (BRAV3), sobre a qual detém 4,9% das ações. Para a sueca, a Brava pode pagar até três vezes o seu valor de mercado, de US$ 1,4 bilhão, em dividendos.
De acordo com estimativas da Maha, a junior oil pode pagar até US$ 3 bilhões em dividendos pelos próximos seis anos. Para o mercado financeiro, a Brava Energia tem capacidade para acumular caixa, mas enfrenta desafios na operação de polos e custo alto na extração, o lifting cost.
Brava Energia (BRAV3): quanto ela pode pagar em dividendos?
De acordo com a Maha Energy, a Brava Energia (BRAV3) deve pagar US$ 710 milhões em dividendos a acionistas em 2025. A petroleira privada, uma das junior oils do Ibovespa, deve assim atingir o pico de dividendos em 2027, quando deve pagar US$ 1,2 bilhão, ainda segundo a companhia sueca.
À Maha, a empresa deve pagar US$ 34 milhões em dividendos em 2024 e, no pico, US$ 60 milhões. Os valores correspondem à fatia de ações da Brava Energia (BRAV3) detida pela sueca.
Para o mercado financeiro, contudo, as estimativas da Maha Energy, apesar de esclarecerem os planos da Brava para pagar mais dividendos, são otimistas”.
Dividendos em xeque: os desafios da Brava
Vitor Sousa, analista da Genial Investimentos, antecipa que a Brava precisa entregar “pelo menos o retorno produtivo” de ativos de exploração de óleo e gás para entregar dividendos dentro da projeção da Maha Energy.
Principalmente dos campos offshore Papa-Terra, e da plataforma móvel Atlanta.
“A mínima confiança nessas estimativas derivam da empresa entregar pelo menos o retorno produtivo de Papa-Terra e entrada operacional da FPSO de Atlanta, esperada para dezembro de 2024”, diz Sousa em relatório.
Até dezembro, a Brava Energia (BRAV3) quer regularizar a produção dos campos em alto-mar. A empresa sofreu diversas paralisações de polos em 2024.
A Brava, portanto, tem potencial para gerar fluxo de caixa maior a partir de 2025, diz Ricardo Peruffo, sócio da Alfa Research.
“Mas os números da Maha são otimistas, ou seja, a magnitude do potencial de dividendos é irrealista”, comenta Peruffo.
Acredito que seja pouco provável”
Ricardo Peruffo, sócio da Alfa Research
Dívida da Brava e capex em Papa-Terra são ‘água no chope’
Outro desafio da petroleira é o montante destinado aos ativos que reuniu a partir da fusão de 3R e Enauta. Nesta terça-feira (26), a Brava levantou a cortina sobre parte desse investimentos, ao assinar contratos de US$ 200 milhões na compra de equipamentos para exploração.
O desembolso está em linha com as estimativa de custo de aquisição de capital (capex) por poço de petróleo da Brava, nota o Itaú BBA. Isso porque os equipamentos serão usados em dois poços do Papa-Terra e mais dois em Atlanta.
Mesmo se os investimentos causarem a recuperação dos campos offshore, “os números da Maha continuam esticados”, afirma Renato Reis, analista da Blue3 Research.
“Se a Brava der R$ 4 bilhões de lucro em 2025, é possível ela pagar pelo menos R$ 1 bi em dividendos”, aponta Reis, citando a regra de repasse mínimo de 25% do lucro. Mesmo assim, o total fica abaixo dos US$ 700 milhões estipulados pela acionista sueca.
Além do capex, diz Reis, a Brava ainda precisa pagar dívidas de M&A. Qualquer débito oriundo de operações do tipo não podem ser prorrogados.
“A Brava ainda está pagando pela compra dos polos Potiguar, Papa-Terra e Reconcavo. No ano que vem, espero uma geração de caixa próxima de zero”, prossegue.
Seguindo os dados da Maha, a Brava Energia (BRAV3) deve pagar pelo menos R$ 3 bilhões por ano em dividendos. Reis diz que “não (se) deve contar” com esses dividendos. “É muito esticado.”
Analistas ressaltam que uma alta de preços do barril de petróleo, acima de US$ 75 por unidade, pode favorecer os dividendos da Brava Energia.