Quem é Walter Schalka, o CEO da Suzano (SUZB3), eleito a Personalidade do Ano 2023?

Esta semana, o executivo acompanhou uma delegação de líderes brasileiros que se reuniu na ONU, em Nova York, para debater a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Walter Schalka, presidente da Suzano (SUZB3) desde janeiro de 2013, é um executivo diferente ou, como se diz no meio corporativo, “fora da caixa”. Ele é um dos CEOs mais longevos do Brasil, considerando o tempo médio de permanência dos CEO no cargo, segundo a pesquisa da Fundação Dom Cabral de 2021, que é de é de sete anos.

Desde que assumiu o posto de número 1 na Suzano, o preço da ação da empresa valorizou em mais de 10 vezes. Na sua gestão, a empresa se tornou a maior produtora de celulose do mundo.

Esta semana, o executivo acompanhou uma delegação de líderes brasileiros que se reuniu, na quinta-feira (11), no plenário da Assembléia Geral das Nações Unidas, em Nova York, no encontro promovido pelo Pacto Global da ONU, o “High Level Delegation”.

Sua função é estreitar o relacionamento e as trocas sobre modelos de negócios baseados nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e na Agenda 2030. Estiveram neste fórum, além de Schalka, Rachel Maia, presidente no Brasil do conselho do Pacto Global da ONU; Simoni Morato, presidente da BrazilCham; Alcione Albanesi, CEO da Amigos do Bem; e Eduardo Lyra, CEO da Grando Falcões.

Lançado há 23 anos, o Pacto Global da ONU é uma iniciativa de sustentabilidade corporativa lançada pelo então secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan. No Brasil, ele reúne mais de 1,9 mil membros. Ele é um dos principais promotores da chamada Agenda 2030, formada pelos 17 ODS.

Personalidade do Ano

No início do ano, Walter Schalka foi eleito a Personalidade do Ano 2023, título oferecido pela Câmara do Comércio Brasil-Estados Unidos, de Nova York. A organização premia desde 1970 duas figuras importantes, uma brasileira e uma americana, que se destacaram ao estabelecer laços mais estreitos e melhorar o relacionamento entre os dois países. Em 2022, Luiza Helena Trajano foi homenageada.

O executivo iniciou sua carreira no Citibank e passou por empresas como Dixie Lalekla e Grupo Votorantim, onde foi CEO da Votorantim Cimentos e responsável pelas operações no Brasil e em outros 14 países, até assumir a Suzano. Ele é formado em engenharia pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e pós-graduado em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP).

Visão de líder

A Suzano é conhecida pelo pilar sustentável. E o que Schalka pensa sobre a imagem do Brasil em relação ao meio ambiente, um ‘trending topic‘ atualmente?

“O Brasil tem um problema crônico que precisa ser resolvido: a Amazônia. Tivemos redução do desmatamento da Amazônia em vários anos até 2012. E, a partir de 2013, começou a gradativamente subir esse número, que está da ordem de 14 mil quilômetros quadrados por ano de área desmatada, bem superior aos nove mil ou dez mil do início do governo, o que é absolutamente inaceitável, porque 97% desse desmatamento é ilegal.

Não é simples, muita gente vive do desmatamento. A tese que venho defendendo há bastante tempo é que há uma forma de resolver: precificando o carbono da floresta em pé ou da regeneração florestal. E gerar renda estrutural para a população não desmatar, mas regenerar áreas degradadas.

Com isso a gente mudaria a equação de uma forma positiva. O Brasil poderia ter o maior programa de regeneração florestal do mundo, gerando emprego e renda, e pago pelo Hemisfério Norte pelo carbono, preservado, sequestrado ou fixado na nova área.”