De onde vieram as fortunas das 10 pessoas mais ricas do mundo?

Conheça a origem das fortunas de Elon Musk, Bernard Arnault, Jeff Bezos e outros 7 bilionários

É dinheiro que não acaba mais. Difícil até pensar como se conseguiria gastar uma fortuna como a de Elon Musk, o homem mais rico do mundo, dono de uma fortuna estimada em US$ 200 bilhões (R$ 998 bilhões, pela cotação atual). O dono da Tesla (TSLA; TSLA34), da Space X e do X (antigo Twitter) está no topo da lista dos mais ricos do mundo, que é dominada por homens, dos Estados Unidos e do setor de tecnologia.

Para te dar um panorama de quem são os donos das maiores fortunas do mundo e o que fazem em seus negócios, utlizamos o Bloomberg Billionaires Index. Em português, o índice de bilionários da Bloomberg, que é atualizado diariamente pela publicação.

A relação tem Musk na dianteira e uma disputa silenciosa pelo segundo lugar. Neste mês, a queda das ações da LVMH (MC.PA) fez com que Bernard Arnault caísse momentaneamente para o terceiro lugar, ultrapassado por Jeff Bezos, da Amazon (AMZN, AMZO34).

De acordo com os dados de 29 de outubro, troca desfeita. Arnault está de volta ao segundo posto, com cerca de US$ 153 bilhões (R$ 764 bilhões) de patrimônio.

Bezos em terceiro, com US$ 151 bilhões (R$ 754 bilhões). Mas a diferença é pequena e a qualquer momento o jogo pode virar de novo.

Quem são os mais ricos do mundo?

Se observados apenas os dez primeiros colocados do ranking atualmente, temos 10 homens. Em relação às nacionalidades, são 9 americanos e Bernard Arnault, que é francês. Já por setores, são oito nomes fortes do setor de tecnologia, o megainvestidor Warren Buffett e novamente o intruso Arnault, que atua no consumo de luxo.

Na lista ampliada, com os 20 primeiros nomes, a coisa fica mais diversificada. A começar já pelo 11º colocado, o indiano Mukesh Ambani, que tem a origem dos seus US$ 84,8 bilhões (R$ 423,4 bilhões) no setor de energia. Ambani aparece seguido pela primeira mulher da lista, Françoise Bettencourt Meyers, francesa herdeira da L’Oréal.

Mas voltemos aos nomes do topo. Abaixo, veja a lista dos atuais 10 mais ricos do mundo, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index:

  1. Elon Musk – US$ 200 bilhões
  2. Bernard Arnault – US$ 153 bilhões
  3. Jeff Bezos – US$ 151 bilhões
  4. Bill Gates – US$ 121 bilhões
  5. Steve Ballmer – US$ 115 bilhões
  6. Larry Ellison – US$ 114 bilhões
  7. Warren Buffett – US$ 111 bilhões
  8. Larry Page – US$ 110 bilhões
  9. Mark Zuckerbeger – US$ 108 bilhões
  10. Sergey Brin – US$ 105 bilhões

Mas de onde veio tanto dinheiro? Para matar a sua curiosidade, vamos te contar os negócios desses dez homens com fortuna de mais de uma centena de bilhões de dólares.

Se você está procurando um brasileiro, sinto dar a má notícia: não há nenhum entre os 50 mais ricos do mundo, pelo índice da Bloomberg.

1. Fortuna de Elon Musk: US$ 200 bilhões (R$ 998 bilhões)

Poucas pessoas são tão faladas nas redes sociais quanto Elon Musk, de 52 anos. Especialmente no antigo Twitter, comprado pelo empresário e hoje rebatizado de X. A rede social é um dos negócios do empresário, que tem origem sul-africana.

Elon Musk subiu de nível no ranking dos bilionários com a Tesla. Ele não fundou a montadora de carros elétricos, mas entrou no negócio logo no começo, se tornando seu manda-chuva e principal rosto.

O empresário é dono ainda da SpaceX, empresa de foguetes e sistemas aeroespaciais, da construtora The Boring Company e da empresa de neurotecnologia Neuralink. A última empreitada de Musk é a xAI, a sua empresa de inteligência artificial.

Para entender mais sobre a história pessoal e empresarial do empresário, leia o perfil de Elon Musk aqui na Inteligência Financeira e saiba mais sobre o que fez dele um dos mais ricos do mundo.

2. Fortuna de Bernard Arnault: US$ 153 bilhões (R$ 764 bilhões)

O empresário francês Bernard Arnault, controlador do grupo de luxo LVMH.
O empresário francês Bernard Arnault, controlador do grupo de luxo LVMH. Foto: divulgação.

O empresário francês Bernard Arnault, de 74 anos, nasceu em uma família de ótimas condições. Formado em engenharia, começou a trabalhar na Ferret-Sauvinel, empreiteira que tinha seu pai como dono. Sua migração para o mundo do consumo de luxo aconteceu nos anos 1980, quando deixou a presidência da empresa familiar para fazer aquisições no setor.

A primeira grande empreitada foi a compra da Boussac Saint-Frères, a companhia têxtil que controlava a marca Christian Dior. Três anos depois, em 1987, ele se tornou investidor da LVMH, empresa formada a partir da união da Louis Vuitton e da Moet Henessy.

De acordo com a própria LVMH em seu site, Arnault passa a ser o controlador da empresa em 1989. Portanto, passou a ocupar os cargos de presidente do Conselho e CEO, nos quais permanece até este momento.

Hoje, a LVMH liderada por Bernard Arnault é o maior grupo de consumo de luxo do mundo. O grupo possui mais de 70 marcas, incluindo Louis Vuitton, Givenchy, Tiffany & Co., Marc Jacobs, TAG Heuer, Sephora e mais.

3. Fortuna de Jeff Bezos: US$ 151 bilhões (R$ 754 bilhões)

BDR; marcas mais valiosas; ações estrangeiras
O fundador da Amazon, Jeff Bezos, uma das quatro empresas mais valiosas do mundo, segundo ranking da Kantar de 2023 (Foto: Divulgação)

Você que está lendo esse texto provavelmente já deu dinheiro para Jeff Bezos. Se as marcas do grupo de Bernard Arnault falam com o público de altíssima renda, Bezos vende de tudo na Amazon

A ideia original da empresa, no entanto, foi mais modesta. De acordo com o perfil de Bezos na Enciclopedia Britannica, o objetivo do empresário ao se demitir de um banco de investimento em Nova York era abrir uma loja virtual de livros.

A Amazon vendeu seu primeiro livro em julho de 1995 e revolucionou o mercado. De lá para cá a empresa se tornou uma gigante do comércio virtual, lançou serviços como a Amazon Web Services (AWS) e fez de Jeff Bezos um dos mais ricos do mundo.

O perfil oficial de Bezos no site para investidores da Amazon cita as outras iniciativas do empresário. Ele é dono da Blue Origin, empresa que quer baratear os custos de viagens para o espaço. Jeff Bezos também atua em mídia, sendo o atual dono do jornal americano The Washington Post.

4. Fortuna de Bill Gates: US$ 121 bilhões (R$ 604 bilhões)

Bill Gates doou grande parte do patrimônio, mas segue entre os mais ricos do mundo. Foto: Divulgação/TED

Bill Gates é um daqueles homens que revolucionou o mundo. Em 1975, Gates fundou, ao lado de Paul Allen, a Microsoft (MSFT, MSFT34). Pioneira, até hoje trata-se da maior empresa de softwares para computadores pessoais do mundo.

De acordo com a Enciclopedia Britannica, Bill Gates desenvolveu seu primeiro software em 1968, quando tinha apenas 13 anos. Seu talento para a programação foi o que levou ele a começar a preparar sistemas para microcomputadores, o que era uma novidade total na época. Com o sucesso da empreitada, Gates abandonou os estudos em Harvard e se juntou a Paul Allen para fundar a Microsoft.

Hoje em dia, Bill Gates destina a sua energia e boa parte do seu patrimônio para projetos sociais. Desde 2008 ele se afastou do dia a dia da Microsoft para cuidar da Bill & Melinda Gates Foundation, que segue tocando até hoje ao lado da sua ex-esposa, Melinda Gates.

5. Fortuna de Steve Ballmer: US$ 115 bilhões (R$ 572 bilhões)

Steve Ballmer, ex-CEO da Microsoft. Foto: Jin Lee/Bloomberg

A história de Steve Ballmer é diferente da maioria dos seus colegas citados na lista dos mais ricos do mundo. Ele não ficou multibilionário por ter fundado uma empresa, mas sim como funcionário. Por sinal, da mesma Microsoft, que é do seu chefe e que está logo cima, Bill Gates.

Ballmer foi um dos primeiros empregados da Microsoft, entrando na companhia em 1980. Vinte anos depois de uma trajetória de escalada de cargos, ele chegou ao cargo de CEO da Microsoft em 2000, no primeiro passo atrás de Gates para começar a sair da empresa.

Ballmer deixou o comando da Microsoft em 2014. Hoje, ele atua como proprietário de um time de basquete. O executivo é o dono do Los Angeles Clippers, que é mais do que um hobby. O time da NBA foi avaliado em cerca de US$ 3,73 bilhões pela consultoria especializada Sportico em 2022.

Claro que Steve Ballmer não arrecadou US$ 115 bilhões apenas vivendo de salários e bons investimentos. Ao longo da sua trajetória, ele foi adquirindo e recebendo ações da empresa.

De acordo com a Bloomberg, a maior parte da fortuna de Ballmer vem dos papeis que possui na Microsoft. Aponta-se que o ex-CEO seja dono hoje de cerca de 4% da empresa, o que faria dele seu maior acionista individual.

6. Fortuna de Larry Ellison: US$ 114 bilhões (R$ 567 bilhões)

Larry Ellison é mais um a figurar nessa lista após ter fundado uma empresa que teve papel inovador nas transformações tecnológicas. Depois de iniciar sua carreira como programador, Ellison fundou em 1977 uma empresa então chamada de Software Development Laboratories (SDL), algo como “laboratórios de desevolvimento de software” em português.

A empresa aberta por ele com os sócios Ed Oates e Bob Miner cresceu focada na gestão de bancos de dados. Nos anos seguintes, foi duas vezes rebatizada, sendo que na última passou a adotar o nome de seu produto mais famoso, o sistema Oracle.

Larry Ellison foi CEO da Oracle (ORCL, ORCL34) até 2014, quando deixou o comando da empresa. Ele, no entanto, não está completamente afastado, nem da gestão nem do controle acionário da companhia.

O empresário ocupa os cargos de presidente do Conselho e chefe de tecnologia (CTO), além de deter cerca de 42% das açoes da empresa, de acordo com a Bloomberg.

7. Fortuna de Warren Buffett: US$ 111 bilhões (R$ 552 bilhões)

Para quem ama o mundo dos investimentos, o nome de Warren Buffett soa como música. O megainvestidor é uma referência para quem sonha em ganhar dinheiro investindo em ações. Portanto, cada movimento da fortuna do empresário chama a atenção de investidores pelo mundo.

Ele é o controlador da empresa de investimentos Berkshire Hathaway (BRK.A, BRK.B, BERK34), que investe em cerca de 49 companhias. A sua estratégia é conhecida como value investing, que consiste em analisar o mercado em busca de ações baratas e com grande capacidade de crescimento.

No entanto, apesar de ter ações de dezenas de empresas, Warren Buffet concentra a maior parte do patrimônio que administra em algumas poucas companhias. Por exemplo, destaque para Apple, Bank of America, Coca-Cola, Chevron e American Express.

Uma reportagem da Inteligência Financeira te ajuda a entender em detalhes a estratégia e a carteira de Warren Buffet. Uma recomendação importante dele é que quem quiser segui-lo leia bastante. Por isso, reunimos em reportagem uma lista de 8 livros para sair do zero em finanças e investimentos, incluindo aquele que é o favorito de Buffett.

8. Fortuna de Larry Page: US$ 110 bilhões (R$ 547 bilhões)

Sem novidades, Larry Page e os últimos dois nomes do top 10 são empreendedores inovadores do setor de tecnologia. Talvez você tenha encontrado esse texto através da ferramenta criada pela empresa da qual Page é co-fundador, o Google.

Em 1998, Larry Page e Sergey Brin fundaram a Google Inc., que nasceu com algo que a empresa domina até hoje, o serviço de busca de informações na internet.

Larry Page teve dois períodos como CEO do Google, o primeiro da fundação até 2001. E o segundo a partir de 2011, gestão em que foi criada a Alphabet (em 2015), a empresa que reúne todos os negócios do Google.

Page deixou o cargo em 2019, mas a Alphabet (GOOG, GOGL34) segue sendo a principal fonte da sua fortuna bilionária. De acordo com a Bloomberg, estima-se que o executivo seja dono de aproximadamente 6% do negócio atualmente.

9. Fortuna de Mark Zuckerberg: US$ 108 bilhões (R$ 537 bilhões)

Damos uma pausa no Google, mas no entanto seguimos falando de big techs. A fortuna de Mark Zuckerberg pode ser explicada a partir do seu smartphone. Provavelmente, você deve ter instalados no seu celular os aplicativos do WhatsApp, do Instagram e do Facebook, todos da companhia co-fundada e dirigida por Zuckerberg.

O Facebook foi criado como uma rede social interna dos alunos da Universidade de Harvard. Rapidamente, a rede se expandiu para outras universidades e atraiu o interesse de grandes investidores.

Em sua trajetória para se tornar um dos mais ricos do mundo, Mark Zuckerberg rejeitou ofertas para vender seu negócio e apostou na expansão do Facebook, que comprou redes ascendentes (como o Instagram e o WhatsApp) e hoje se tornou a Meta (META, M1TA34), um grupo que gerencia as diversas operações.

No filme “A Rede Social”, lançado em 2010, os primeiros anos dessa ascensão são apresentados, incluindo as brigas legais de Zuckerberg com parte dos antigos sócios, como o brasileiro Eduardo Saverin, também co-fundador do Facebook.

A título de curiosidade, Eduardo Saverin também aparece na lista de bilionários da Bloomberg, mas lá atrás, na posição 104, com fortuna estimada em US$ 16,2 bilhões, o equivalente a cerca de R$ 80 bilhões. Entre brasileiros, ele só perde para Jorge Paulo Lemann, que está na posição 76, com cerca de US$ 20 bilhões de patrimônio (R$ 99,5 bilhões).

10. Fortuna de Sergey Brin: US$ 105 bilhões (R$ 522 bilhões)

Sem sair das big techs, voltamos ao Google. Sergey Brin nasceu em Moscou, mas é radicado nos Estados Unidos, onde fez fortuna ao lado de Larry Page na fundação da empresa que hoje é a Alphabet.

A estimativa da Bloomberg é que ele também detenha cerca de 6% do negócio atualmente, assim como Page.

Em 2019, tanto Sergey Brin quanto Larry Page deixaram seus cargos administrativos na holding Alphabet, com todas as funções dos dois sendo acumuladas por Sundar Pichai, que já era presidente global do Google. No entanto, ambos os co-fundadores da empresa seguem ocupando cadeiras no conselho de administração da companhia.