Itaú Day 2022: saiba o que rolou de mais importante no evento

Metaverso, tecnologia, ESG, agronegócios e aquisições foram alguns dos temas abordados

Nessa quinta-feira (1) aconteceu o Itaú Day, evento realizado online para clientes, investidores, acionistas e todo o público interessado no mercado financeiro, para tratar do que a diretoria chamou de “a transformação do Itaú Unibanco”.

O evento reuniu Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú Unibanco, os copresidentes do conselho de administração, Pedro Moreira Salles e Roberto Setubal, e também os executivos responsáveis pelas principais áreas de negócios do banco.

Atenção ao crescimento

A grande transformação do banco tem como foco melhorar a experiência do cliente. De acordo com Moreira Salles, de um ano para cá, a base de clientes do Itaú Unibanco subiu 16%. Com isso, a instituição financeira atingiu o número de 65 milhões de clientes Pessoa Física (PF) e mais de 2 milhões de clientes Pessoa Jurídica (PJ). “Um crescimento em cima de uma base dessa dimensão é porque, de fato, estamos fazendo a coisa certa”, disse Moreira Salles.

Para Setubal, o momento também é propício para ampliar o mercado. “Nós saímos da defesa e fomos para o ataque para conquistar novos espaços no mercado e concorrer com os novos entrantes. Os novos bancos nos trouxeram desafios com relação à satisfação de clientes. Temos muito a evoluir, e acho que estamos nesse caminho”, disse Setubal.

Ações para ter o cliente no centro

Sobre as mudanças que estão em curso, Maluhy disse: “todas as áreas do banco passaram a trabalhar para melhorar a experiência do cliente, entender suas necessidades e, no final, entregar um ótimo produto”, disse.

O CEO falou também sobre a evolução tecnológica que vem acontecendo dentro do banco. “Estamos reescrevendo o sistema [do Itaú Unibanco] para conseguirmos interagir e responder mais rapidamente aos clientes. Dessa forma, buscamos recriar uma plataforma ágil, entregando soluções com muito mais velocidade.”

Fidelização

De olho na satisfação dos clientes e retenção deles, os executivos do banco apresentaram diversas ações que estão sendo realizadas para fidelizar quem já está dentro da casa. Veja, a seguir, os destaques do encontro anual do Itaú Unibanco.

Todo o sistema na nuvem

Com o foco em aumentar a agilidade e também a segurança nas operações realizadas dentro e fora da instituição, o banco tem como meta migrar todo o seu sistema para nuvem até o fim de 2023.

“Hoje, mais de 30% do sistema já está operando na plataforma AWS (nuvem da Amazon) e vamos buscar a meta de 50% até o fim desse ano”, disse Ricardo Guerra, executivo de tecnologia do Itaú Unibanco.

Guerra diz ainda que a instituição está reconstruindo toda a sua plataforma para que, assim, consigam gerar cada vez mais velocidade na criação de produtos para agregar valor aos clientes.

“A cada mês, a gente realiza cerca de 4 mil atualizações na nuvem. Um número que é oito vezes maior em relação a 2020, quando iniciamos nosso programa de modernização em larga escala”, complementa.

Oportunidade no Metaverso e criptoativos

Guerra falou também das iniciativas do banco no mundo virtual do Metaverso. “Estamos experimentando essa nova tecnologia em uma série de frentes. A começar pela parte institucional, em que estamos usando o Metaverso para vender produtos e mostrar a marca dentro dos ambientes”, disse o executivo.

Além disso, ele deu um spoiler: “[Atualmente], existem estudos de como podemos ter produtos financeiros que se adequem ao Metaverso baseado em ‘criptoassets’. Queremos gerar mais valor para o cliente com novos produtos.”

ESG e os impactos positivos na sociedade

O tema sustentabilidade também esteve presente no evento. A executiva Leila Melo, responsável pelas áreas jurídicas e de assuntos corporativos do Itaú Unibanco, apresentou algumas iniciativas que a instituição vem fazendo dentro do chamado ESG, sigla em inglês para Environmental, Social, and Corporate Governance (Governança ambiental, Social e Corporativa).

“Ano passado, anunciamos o direcionamento de R$ 400 bilhões em linhas de crédito para promover uma economia sustentável e mais inclusiva”, disse a executiva. Esse valor contempla, até 2025, diversas ações em três principais frentes de atuação.

“Concessão de crédito em setores de impacto positivo na sociedade, estruturação de operações de mercado com selo ESG para os nossos clientes, além de produtos ESG para o varejo, como o financiamento de carros elétricos e híbridos, painéis solares, microcrédito e crédito para mulheres empreendedoras”, conta Leila.

Emissão de carbono

A fim de trazer ainda mais luz à urgência dos desafios climáticos, a executiva contou também que o banco firmou o compromisso da ONU para até 2050 zerar a emissão de carbono.

“Já somos neutros em carbono para emissões diretas, que são aquelas geradas pelas nossas próprias operações e também pela energia que consumimos. A estratégia do banco consiste em reduzir e remover a emissão de gases de efeito estufa, até nos tornarmos carbono neutro também nos negócios que realizamos”, afirma.

Um dos projetos foi anunciado recentemente: a parceria do Itaú Unibanco com a Enel para fornecimento de energia renovável para mais de 2 mil agências.

Aquisições para atrair e engajar os clientes

Com o propósito de avançar cada vez mais dentro do mercado de investimentos, o Itaú BBA trouxe um recorte das recentes aquisições realizadas pela instituição, como foi o caso da Ideal Corretora e da corretora digital Avenue, que ainda aguardam aprovações regulatórias.

A aquisição da Ideal, anunciada em janeiro, vai nos fortalecer nas atividades de ‘high frequency’”, disse Flávio Souza, CEO do Itaú BBA.

Para Carlos Constantini, executivo-chefe da área de investimentos e gestão de recursos do Itaú Unibanco, a corretora acelera o processo de modernização da instituição. “Além de posicionar o banco no mercado de ‘Investment As a Service’”, acrescenta.

Já sobre a compra da Avenue, Constantini disse que a empresa foi precursora na oferta de investimentos internacionais para clientes do varejo e que, em breve, poderá estar integrada à oferta do Itaú Unibanco. “O valor de cada uma dessas iniciativas se potencializa dentro do nosso ecossistema. Permite atrair, engajar, satisfazer e rentabilizar a base de clientes”, afirmou.

De olho no agronegócio

Ainda dentro do guarda-chuva de Itaú BBA, Souza reiterou a ambição do banco de alcançar a liderança no agronegócio dentre as instituições privadas.

“E o avanço tem sido contínuo e muito forte. Afinal de contas, ampliamos de 28 para 36 plataformas [direcionadas ao agronegócio] e contratamos mais de 120 pessoas. Hoje, temos uma equipe de mais de 700 colaboradores que se dedicam integralmente ao agro”, diz.

O resultado está expresso nos números apresentados pelo executivo do Itaú BBA. “Nossa carteira no agro, que já vinha de um crescimento de mais de 20% nos últimos anos, acelerou ainda mais. Hoje, está em R$ 71 bilhões, com crescimento de mais de 50% em pouco mais de um ano”, disse.