4 hábitos que parecem inofensivos, mas que podem desorganizar suas finanças

Você vai ver que todas as atitudes fazem parte do nosso cotidiano. É aí onde mora o perigo

As armadilhas financeiras muitas vezes estão escondidas em hábitos cotidianos que parecem inofensivos, mas que, ao longo do tempo, podem comprometer o orçamento e causar grandes problemas. Segundo Nayra Sombra, planejadora financeira CFP pela Planejar, o uso descontrolado do crédito, a falta de planejamento e o descuido com gastos invisíveis estão entre as principais armadilhas. Entenda cada uma delas logo abaixo.

4 armadilhas financeiras que podem prejudicar seu planejamento

1. A armadilha do crédito fácil

Uma prática comum, mas perigosa, é usar o crédito rotativo do cartão ou o cheque especial como uma extensão da renda. Muitas vezes, as ofertas de crédito podem parecer vantajosas – mas é importante ficar de olhos nas taxas e juros envolvidos.

Muitas pessoas acabam recorrendo a esses recursos para cobrir despesas, mas justamente os juros acumulados transformam o que parecia ser uma solução rápida em um grande problema.

Nayra exemplifica: “Usar R$ 1 mil do crédito rotativo e não pagar a fatura total pode fazer a dívida triplicar em poucos meses”. A solução está em priorizar o pagamento integral da fatura ou, em caso de dificuldades, buscar opções mais baratas, como um crédito consignado ou com garantia.

2. Compras parceladas sem planejamento

Outra armadilha financeira é o excesso de compras parceladas sem planejamento. O hábito de dividir qualquer despesa no cartão pode comprometer o orçamento ao longo dos meses, principalmente quando somado a outras parcelas.

Isso é ainda mais preocupante quando se trata de itens recorrentes, como compras de supermercado, que deveriam ser pagos à vista. Nayra reforça que o parcelamento deve ser reservado para bens duráveis ou de alto valor, como uma televisão ou o conserto de um carro. Sem esse cuidado, muitas pessoas se veem presas em uma bola de neve de compromissos financeiros que sufocam outras prioridades.

3. Ausência da reserva de emergência

Não ter uma reserva de emergência é outro comportamento que pode parecer inofensivo, até surgir um imprevisto. Sem dinheiro guardado, é comum recorrer a empréstimos ou ao cartão de crédito, o que só agrava a situação.

Nayra recomenda começar a poupar mensalmente, mesmo que seja pouco, e buscar acumular o equivalente a seis meses do custo de vida mensal em aplicações de alta liquidez, como CDBs que paguem 100% do CDI.

4. Pequenos gastos do dia a dia

Por fim, os pequenos gastos do dia a dia, muitas vezes invisíveis, podem fazer diferença no fim do mês. Tomar café da manhã em padarias todos os dias gastando R$ 20, por exemplo, parece inofensivo, mas, no fim do mês, pode somar R$ 600 – ou R$ 7.200 em um ano. Não significa abrir mão de pequenos prazeres do cotidiano, mas tomar o cuidado de não exagerar sem perceber.

O mesmo acontece com assinaturas pouco utilizadas, como serviços de streaming, e gastos por conveniência, como pedidos frequentes de delivery, que incluem taxas e gorjetas que podem aumentar os custos.

Como evitar as armadilhas financeiras?

Adotar comportamentos simples pode ser a chave para fugir dessas armadilhas. Fazer uma revisão mensal de todos os gastos, cortar serviços desnecessários, estabelecer limites para pequenas despesas e automatizar pagamentos são formas práticas de manter o controle. “Com pequenas mudanças nos padrões de consumo, conseguimos evoluir de credores para poupadores”, conclui Nayra.

Seja evitando juros altos, planejando melhor as compras ou criando uma reserva de emergência, o importante é identificar as armadilhas financeiras e tomar decisões mais conscientes. Assim, você garante um orçamento mais saudável e uma relação mais tranquila com o dinheiro.

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