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Gisele Bündchen nem pensa em se casar com o pai do filho que ela espera. O que isso tem a ver com a fortuna da modelo?
A recente notícia de que Gisele Bündchen optou por não se casar com o professor de jiu-jitsu Joaquim Valente, com quem espera um filho, trouxe à tona uma questão cada vez mais comum: como a independência financeira das mulheres transforma a dinâmica dos relacionamentos.
De acordo com o tabloide americano Page Six, amigos próximos da top model, que se separou de Tom Brady em 2022, afirmaram que sua decisão está ligada à grande diferença financeira entre os dois. “Há uma enorme diferença entre eles em termos de patrimônio líquido. Para Gisele, não há sentido em se arriscar tanto”, revelou uma fonte próxima.
Qual é a fortuna de Gisele Bündchen?
A fortuna de Gisele Bündchen está hoje avaliada em aproximadamente US$ 400 milhões (cerca de R$ 2,3 bilhões), segundo o Celebrity Net Worth. Assim, Gisele representa uma geração de mulheres que conquistaram uma autonomia econômica robusta — e que, como consequência, redefinem as expectativas em relação ao casamento.
Ao longo das últimas décadas, mulheres ao redor do mundo passaram a ocupar posições de destaque no mercado de trabalho e conquistaram maior autonomia financeira. Para muitas delas, como explica Paula Bazzo, planejadora financeira CFP pela Planejar, o casamento agora é uma escolha consciente baseada em valores compartilhados, e não apenas uma convenção social.
Diferença entre patrimônio e renda
Paula Bazzo observa que um dos primeiros pontos a serem considerados em situações como a da fortuna de Gisele Bündchen é a diferença entre patrimônio e renda. “Uma coisa é ter muitos bens, outra é ter uma diferença de renda significativa”, explica. A disparidade de patrimônio pode ser protegida por meio de pactos antenupciais. Já a diferença grande de renda pode gerar desconforto e frustração se o casal não tiver uma visão alinhada de união.
Para casais com objetivos claros e uma visão de vida compartilhada, essa diferença é menos problemática. Porém, para aqueles que preferem manter sua individualidade financeira, é necessário estruturar a relação de forma clara.
“A renda pode significar um estilo de vida muito diferente e gerar frustração se não estiverem muito bem alinhados quanto ao que é essa união do casal”, ressalta Paula. Para ela, o casamento é um compromisso que deve ser baseado em motivações e afinidades reais. O dinheiro, apesar de importante, é apenas um dos pilares dessa relação.
A dinâmica dos relacionamentos mudou
Com mais mulheres conquistando altos salários e acumulando patrimônio, a dinâmica dos relacionamentos mudou.
O caso de Gisele Bündchen e Joaquim Valente ilustra bem esse cenário. Além disso, Paula afirma que tem atendido cada vez mais casais em que a mulher é a principal provedora, e nem sempre essa realidade é bem recebida pelos parceiros homens.
“Eu tenho percebido um desafio dos homens em saber lidar com uma esposa que ganha muito mais que eles”, comenta. O importante, segundo ela, é que o casal estabeleça uma comunicação aberta sobre seus objetivos financeiros e os diferentes papéis que cada um desempenha.
Planejamento financeiro como uma conversa necessária
Para Paula, uma das principais vantagens das mulheres no mercado de trabalho é que elas deixaram de ser submissas nas relações por não dependerem financeiramente dos parceiros. Isso permite que entrem em um relacionamento com critérios mais claros e uma visão mais completa de parceria, confiança e estímulo ao desenvolvimento pessoal.
“A mulher já se sente autônoma nos processos de decisão e pondera valores que agregam à relação. O patrimônio acaba sendo uma consequência dessa visão mais grandiosa da união.”
De acordo com Paula, um planejamento financeiro bem estruturado ajuda a preservar a individualidade de cada um no casamento.
Ela reforça que os casais devem conversar antes de se casar sobre objetivos financeiros, expectativas e até questões práticas, como a possibilidade de separação de bens. “Não tem que ter pudor de fazer acordos pré-nupciais. Fazer uma separação total de bens não significa não amar a pessoa”, observa.
Além disso, ela ressalta a importância de cada parceiro ter sua independência financeira. “Mesmo que uma das partes decida, em comum acordo, não trabalhar para se dedicar a outros aspectos da família, é importante que tenha um dinheiro para seu próprio uso”. Segundo ela, a autonomia individual é essencial para manter uma relação saudável.
Construção de patrimônio: uma jornada conjunta
Apesar dos desafios, Paula Bazzo acredita que o casamento pode ser uma oportunidade valiosa para a construção de um patrimônio sólido, desde que o casal esteja alinhado e com objetivos comuns.
“Nós temos rendas somadas e despesas divididas. Se existe um alinhamento real entre o casal, isso pode ser uma forma muito bonita de construir uma vida boa e um patrimônio próspero”, finaliza.
Eis uma reflexão interessante trazida pelo caso Gisele Bündchen.
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