Nova lei dos fundos: o que muda para os investidores?

Nesta segunda-feira (2), entra em vigor a Resolução 175, que pode aumentar a concorrência no mercado

Os fundos de investimentos no Brasil entram numa nova fase nesta segunda-feira (2). É quando entra em vigor da Resolução 175 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Em jogo, está uma indústria que tinha um patrimônio superior a R$ 8 trilhões, segundo dados mais recentes da Anbima.

O que diz a nova lei dos fundos

A nova regulação vai substituir 38 normas e entrará em vigor em fases. Assim, carteiras constituídas a partir de outubro deverão estar totalmente em linha com as novas regras. Além disso, fundos existentes passarão por um cronograma de adaptação, que começa em 1 de abril e vai até 31 de dezembro de 2024.

Contudo, fundos de criptomoedas, FIDCs e investimentos no exterior são abordados na nova resolução.

A Inteligência Financeira fez um resumo das mudanças da nova lei dos fundos, com base em informações da CVM e da Anbima, que podem ter maior impacto para o investidor. Confira:

TópicoComo éComo fica
Taxa de administraçãoDivulgada apenas a taxa totalFundos deverão detalhar quanto da taxa é para o administrador, o gestor e o agente distribuidor
Responsabilidade solidáriaCotista pode ter que ajudar a arcar com eventuais prejuízos do fundoFundos não podem cobrar participação dos cotistas em caso de prejuízo, exceto quando isso estiver expresso no estatuto
SubclassesFundo só pode ter uma categoriaOs fundos poderão ter subclasses. Na prática, um investidor pode aplicar em diferentes produtos por meio de um único fundo (ex. DIs e crédito privado). Como os patrimônios das classes são separados, possíveis variações de preços em um produto não afetarão os demais.
Administração Fundos são constituídos pelo administrador, que contrata os outros prestadores de serviçosAdministrador e gestor passam a constituir o fundo de forma conjunta, dividindo responsabilidades
Investimento no exteriorPúblico de varejo pode aplicar em fundos que invistam até 20% do patrimônio no exteriorTodos poderão acessar fundos que investem até 100% do patrimônio em ativos no exterior
CriptomoedasFundos brasileiros investem em fundos estrangeiros com moedas virtuaisFundos constituídos no Brasil poderão investir diretamente em criptoativos
FIDCsDisponível para investidores que tenham a partir de R$ 1 milhão em recursos financeirosAberto para todas as classes de investidores
DocumentosCada administrador determina o modelo, desde que obedeça a exigências da regulaçãoDocumentação deve ser padronizada
Prazo para divulgação das carteiras dos fundos3 meses6 meses
Fontes: CVM e Anbima

O que dizem os analistas sobre a nova lei dos fundos

Para especialistas do mercado, além de atualizar as práticas para padrões internacionais, as novas regras darão maior transparência sobre a gestão dos fundos.

Além disso, eles explicam que a nova lei dos fundos de investimentos deve reduzir distorções. Então, ela pode permitir uma redução das taxas de administração. Assim, o novo cenário poderá criar mais concorrência no mercado.