As lições para as finanças que você pode tirar do divórcio de Fábio Porchat e Nataly Mega

Filhos são um passivo a longo prazo, uma dívida que você carregará no orçamento

O humorista Fábio Porchat é um “dink”. Não está sozinho. Há muitos “dinks” hoje no mundo. “Double Income no Kids” (dois salários e nenhum filho) é como estão sendo batizados os casais que optam por não ter filhos.

Porchat, casado há cerca de seis anos com Nataly, optou pelo divórcio, entre outras coisas, porque os dois têm expectativas diferentes em relação a filhos.

E como eu sei disso? Está nas redes. Antes que as versões sobre a separação virassem treta, ele fez um video nas suas redes compartilhando esta história pessoal.

Mas isso aqui é coluna de celebridades ou de finanças? Calma! Antes de brigar comigo, fique ligado no exemplo do Porchat.

Ele diz que a decisão de ter filhos é coisa séria. Ele tem razão. É mesmo. Por isso, tem sido alvo de estudos de pesquisas de finanças pessoais e também está na pauta de casais.

Filhos são um passivo a longo prazo. Ou seja, uma dívida, uma obrigação que você carregará no seu orçamento, se tiver sorte, por ao menos 25 anos.

Mas, para os menos afortunados, as despesas com filhos e os filhos dos filhos poderá, inclusive, comprometer seus planos de longo prazo como aposentadoria e independência financeira. Não subestime o impacto desta decisão e, se possível, planeje.

Para quem, como eu, optou por não ter filhos, ouvir as histórias dessas pequenas criaturas, confesso, é um pouco assustador.

Mas, ter filhos é uma experiência única, dizem aqueles que advogam pela sublime e devotada missão para a perpetuação da espécie. E custa caro.

No passado, os filhos eram um investimento para garantir a velhice.

Nem sempre de forma racional e sem, necessariamente, educar as crianças para tal, os pais acreditavam que, ao menos, um dos filhos na idade avançada os ajudaria. Faziam uma espécie de seguro. Hoje, essas expectativas se mostram cada vez mais frustradas.

O que se vê, na verdade, ao invés de contribuir para o sustento dos pais na velhice, continuam sendo um encargo. Isso porque estão saindo cada vez mais tarde da casa dos pais e, não raro, casam-se e ainda permanecem lá.

Ter ou não ter filhos é uma decisão que impacta diretamente o seu padrão e estilo de vida. As novas gerações entenderam isso e começam a fazer contas antes de tomá-la.

A previdência enfrenta desafios por todo o planeta, menos gente nascendo para financiar os aposentados que estão vivendo cada vez mais.

Os dilemas financeiros de casais recheiam a minha caixa de email.

São muitos casos que, principalmente, as mulheres partilham comigo.

Daí que escrevi o livro “Infidelidades Financeiras – crônicas de uma voyeur”, onde relato vários desses casos reais, entre eles, muitos que envolvem essa relação com filhos.