‘Long Only’, ‘Long Short’ ou ‘Long Biased’? Entenda os fundos de ações

Gestores adotam diferentes estratégias para seguir ou superar os índices de referência. Em qual deles investir?


Long Only, Long Short e Long Biased, três estratégias com perfis diferentes de atuação na gestão de um fundo.

Mas qual é a melhor para quem quer investir em um fundo de ação e se depara com esses nomes diferentes e que podem confundir?

No mercado financeiro, encontramos algumas palavras, muitas vezes em inglês, com significados únicos e este é o caso do LONG, que significa comprado, e SHORT, que significa vendido.

Antes, é regra, de acordo com a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que os fundos de ações devem manter no mínimo 67% de seus patrimônios líquidos em ações, bônus ou recibos de subscrição, cotas de fundos de ações, cotas de fundos de índice de ações ou BDRs (Brazilian Depositary Receipts).

Agora, entendendo o significado, vamos para as estratégias:

Long Only

Em tradução livre “somente comprado”, os fundos Long Only operam na expectativa que seus ativos vão valorizar. Ou seja, eles ganham com a alta.

Aumentar sua posição em caixa (dinheiro com liquidez, normalmente com remuneração da taxa básica de juros) é uma forma de se proteger em momentos avessos, quando os mercados estão em baixa.

Long Biased

Partindo do entendimento que BIAS significa tendência, o fundo tende a atuar comprado ou também, de acordo com o momento para se proteger ou aproveitar oportunidades, pode operar vendido.

E para isso utiliza a operação chamada SHORT.

Desta forma, sua performance não depende necessariamente do mercado em alta para a entrega de bons resultados.

Long Short

Mais ativo e com maior flexibilidade de atuação, os fundos Long Short operam comprado e vendido, podendo ser entre setores, entre ativos do mesmo setor ou a mesma ação e suas diferentes classes, como ON (ações ordinárias) x PN (ações preferenciais).

Esta estratégia busca oportunidades na alta ou na baixa e não importa se é micro (em uma ação) ou macro (no mercado como um todo). Ela pode se posicionar para tirar vantagens em todos os cenários de forma neutra, na qual as posições vendidas são iguais às compradas, ou de forma direcional, positiva (maior posição comprada) ou negativa (maior posição vendida).

Por esta particularidade de não dependência de um mercado específico, o benchmark (taxa de referência da performance) utilizada normalmente o CDI ou a inflação.

Portanto, indiferentemente da estratégia, é importante entender o pensamento do gestor para montar uma carteira de fundos de ações.

Na prática, o que isso significa em termos de estratégia?

Um gestor de fundos de investimentos que utiliza a estratégia Long Biased pode ter a mentalidade de redução de riscos, montando operações com hedge (proteção) financeiro de suas posições compradas ou buscando alavancar os resultados em mercados com tendência de queda.

Nos fundos Long Only, acredita-se na valorização dos ativos em sua carteira e é indicado mais para investimentos a longo prazo.

Já nos fundos Long Short os ganhos também vêm acertando as posições, mas, em caso de erro, o fundo costuma ter posições de hedge para evitar grandes perdas.

Ou seja, não existe uma estratégia melhor ou pior. Cada uma tem suas vantagens, características, peculiaridades e riscos. O importante é entender qual faz mais sentido para você e para a composição da sua carteira e dos seus objetivos.

Por Arthur Dal Corso, CFP®, especialista em Investimentos no íon. Artigo originalmente publicado no Feed de Notícias do íon Itaú. Para ler este e outros conteúdos, acesse ou baixe o app agora mesmo.