Itaú BBA retoma cobertura de Petrobras com preço-alvo de R$ 43 e recomendação de compra

Entre as principais incertezas que cercam a Petrobras, os analistas destacam o futuro da política de preços

O Itaú BBA retomou a cobertura da Petrobras com preço-alvo de R$ 43 para as ações preferenciais e de US$ 16,4 para os recibos de ações (ADRs) negociadas na Bolsa de Nova York, com recomendação de compra, afirmando que, mesmo sendo sensíveis ao fluxo intenso de notícias diárias sobre a empresa, é necessário ajustar as lentes para focar nos fortes fundamentos da empresa e no desempenho operacional robusto.

Estes fundamentos, combinados com os atuais preços altos do petróleo e volumes de produção crescentes, provavelmente resultarão em geração de fluxo de caixa forte demais para ser ignorada, especialmente no curto prazo, escrevem os analistas Monique Greco, Renan Moura e Eric de Mello.

Entre as principais incertezas que cercam a Petrobras, os analistas destacam o futuro da política de preços, em meio a um ambiente volátil pré-eleições no Brasil; a perspectiva de futura alocação de capital, incluindo potenciais novos investimentos em refino; e os desafios da transição energética.

Eles veem o preço do barril do petróleo em US$ 106 em média para 2022, suavizando para US$ 70 em 2025. Para os analistas, a pressão de curto prazo sobre a política de preços resultará em diferenças de valores para 2022 e 2023, mas a empresa acabará por atingir a paridade internacional no médio prazo.

Já a construção de uma nova refinaria “greenfield” não deve ser priorizada pela empresa, pois é a última alternativa em uma hierarquia das alternativas de investimento em refino, e teria um retorno econômico muito mais arriscado, altamente dependente do alinhamento dos preços dos combustíveis à paridade de importação e aos baixos níveis de investimento, dizem os analistas.

Eles destacam ainda que cenários agressivos de transição energética trazem riscos para a demanda por combustíveis fósseis no longo prazo e, dependendo da capacidade de adaptação da Petrobras, pode prejudicar as perspectivas de crescimento da empresa.

Os analistas veem a Petrobras negociando em atraentes múltiplos de valor da empresa sobre Ebitda de 2 vezes para 2022 e 2,1 vezes para 2023. Eles destacam que os preços do petróleo continuam sendo os mais significativos condutores de valor para a empresa, como deveriam ser para uma petrolífera, e os preços atuais das ações estão com desconto suficiente para acomodar até cenários extremos e improváveis de lacunas de preços.