Roma não foi construída em um mês: por que investir a longo prazo?

Mesmo passando por grandes adversidades, é possível trilhar bons caminhos atuando com o tempo

O Império Romano iniciou em 27 a.C. com coroação de Otávio, mas viveu seu período máximo de expansão sob o domínio de Trajano, O Conquistador, colocando quase 50 milhões de pessoas sob domínio.

As histórias do Império tiveram muitas batalhas, mas assim como uma carteira de investimentos, ela não foi construída em um mês.

Observamos ao longo de 2022 uma série de produtos entregarem retornos extremamente atraentes para seus investidores. Alguns fundos conseguiram surfar o árduo cenário econômico, chegando a mais de 20% de retorno.

Nos últimos dois meses, boa parte desses fundos, principalmente os multimercados, tiveram muita dificuldade em obter retornos positivos significativos. Uma parcela razoável ficou próxima de zero em rendimentos e alguns até tiveram perdas mais significativas.

De acordo com a Anbima, o resgate líquido ficou na ordem de quase R$ 4 bilhões na classe dos multimercados.

Os receios com as diretrizes do novo governo, as tensões nos mercados internacionais com a desaceleração econômica, as regras anti-covid na China e a inflação persistente nos mercados desenvolvidos podem afugentar os investidores.

Considerando isso, carteiras bem construídas envolvem a presença de uma diversificação de produtos para reduzir as correlações com os mercados e, consequentemente, tornam-se menos suscetíveis aos choques momentâneos de um ativo ou índice específico.

Muitos investidores dizem investir com o objetivo de longo prazo. Mas, ao menor sinal de variações negativas, renunciam a isso e se movem para um produto mais conservador.

De fato, ninguém gosta de perder dinheiro. Mas lembre-se que o Império Romano não deixou de se construir, mesmo passando por grandes adversidades. Converse com o seu especialista e busque mais conhecimentos sobre o gestor e cenário econômico.

A decisão até pode ser de resgate do fundo, mas deverá ser fundamentada pelo conhecimento e não só pelo tropeço eventual.

*Por Gabriel Cleto Pires, CEA e Assessor de Wealth Management no Itaú. Artigo originalmente publicado no Feed de Notícias do íon Itaú. Para ler este e outros conteúdos, acesse ou baixe o app agora mesmo.