O momento mais proveitoso de se comprar um papel e vendê-lo é algo quase impossível de se decifrar, já que acertar a mínima e a máxima de uma ação depende de algumas variáveis – talvez até de uma pitada de sorte. Porém, existem algumas métricas para saber qual é o momento mais oportuno para liquidar uma posição na Bolsa de Valore e embolsar os lucros. A principal delas é saber o preço-alvo que o mercado tem para aquele papel. Tendo essa informação, observe a cotação do papel. A regra é simples: se você comprar uma ação que esteja valendo algo próximo do preço-alvo, cuidado. Dificilmente ela deve subir mais do que atingiu até aquele momento. “Quanto mais próximo do preço-alvo, o retorno piora, vai ficando menor”, explica Rodrigo Crespi, analista da Guide.
Preço-alvo é o potencial valor que a ação pode atingir ao fim do ano, considerando as projeções a companhia para seu fluxo de caixa. Cada analista define um preço-alvo, mas eles tendem a seguir uma mesma faixa. “Cada corretora tem seu preço-alvo, mas é possível fazer uma média. Esse é um bom parâmetro para saber se é um bom momento de se vender”, afirma Luccas Fiorelli, sócio da HCI Invest.
Outra métrica para se olhar é o P/L, relação preço/lucro da ação. Se este indicador estiver muito acima da média para o setor, pode ser um sinal de que o papel está caro e não deve se valorizar muito mais.
Um elemento mais difícil de se avaliar, mas que também pode ser levado em conta na decisão é a análise gráfica do papel. Se ele está perto das máximas históricas, ou batendo recorde, pode ser um sinal de que maiores valorizações são mais improváveis.
“A decisão da venda depende da estratégia de cada investidor e começa na compra. É preciso saber por que se está comprando um ativo. É por efeito manada? Não tem um objetivo claro? Se o investidor está com dúvidas em relação ao investimento, está insatisfeito, ele pode se desfazer da posição, até mesmo com prejuízo. O ativo é só o meio, não o objetivo final do investidor”, afirma Ariane Benedito, economista da CM Capital.
Analise o contexto macroeconômico
Também é preciso analisar o contexto macroeconômico, que pode ser mais ou menos favorável à valorizações de certos setores na Bolsa. “Precisamos ver o fluxo estrangeiro. Se o estrangeiro está entrando na Bolsa brasileira é um sinal importante de compra, e quando esse capital começa a sair é um momento de reversão. Se deve olhar ainda para as questões políticas e econômicas”, dizFiorelli, da HCI Invest. “Se investidor não tem tempo para analisar, é melhor alocar em fundos”, afirma Crespi, da Guide.