Qual é a visão do Itaú Unibanco sobre investimentos para o segundo semestre de 2024?

Evento para clientes abordou os rumos da renda fixa, fiagros e investimentos no exterior

O que o maior banco da América Latina pensa sobre o futuro das aplicações financeiras no Brasil e no mundo? Foi com esse mote que o Itaú Unibanco (ITUB3, ITUB4) convidou alguns clientes para participar de um evento nessa terça-feira (11), que abordou os cenários e perspectivas para juros, inflação e investimentos para o segundo semestre desse ano.

O encontro teve como pontapé a participação de Nicholas McCarthy, CIO do Itaú Unibanco (ITUB3, ITUB4), que entre várias falas, pontuou que os títulos ligados à inflação ainda continuam interessantes para diversificar a carteira. “Os investimentos com retorno da inflação+6% seguem em alta. Até porque, quem comprou papeis assim, ganharam mais do que a CDI”, argumenta.

Aliás, produtos que pagam o IPCA+6% também são considerados ativos excelentes na visão de Rogerio Mansur, SVP de Fixed Income Sales do Itaú BBA. “O mercado secundário de crédito hoje é de R$ 1 bilhão a R$ 1,5 bilhão por dia de negociação e maior parte de títulos são isentos. Além disso, o mercado secundário tem uma liquidez muito grande. Então, caso o investidor queira sair no meio do caminho, ele consegue”, afirma.

Olhar do Itaú Unibanco (ITUB3, ITUB4) para os fiagros

Durante o evento, os especialistas também abordaram um produto criado há 3 anos e que vem se destacando bastante: o Fundo de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagro).

“Criado para incentivar investimentos no setor de agronegócio, existem três vantagens dos fiagros que considero as principais. A venda de terra, por exemplo, pode ser postergado o pagamento de Imposto de Renda se for pago com as cotas de fiagro. Sem esquecer que esses fundos permitem que você use uma terra rural com isenção de Imposto de Renda. E a principal característica é que o fiagro é isento de imposto nos dividendos para PF”, esclarece Lucas Sacramone, responsável pela distribuição institucional de renda fixa do Itaú BBA.

E esse destaque todo é apresentado em números. “Atualmente, são mais ou menos 30 assets tradicionais de fiagros. Em torno de R$ 15 bilhões estão sobre gestão nesse tipo de fundos e cerca de 600 mil pessoas nesse produto”, afirma Sacramone.

Um ponto de atenção do fiagro é que ele é considerado um instrumento. Ou seja, dentro do fundo é que existem os produtos de investimentos. “Por isso, é preciso olhar o que está dentro do fiagro”, avisa o especialista.

Foto do vento com várias pessoas sentadas.
Nicholas McCarthy, CIO do Itaú Unibanco (ITUB4) durante apresentação – Foto: Divulgação

Investimentos fora do país dentro da sua carteira

Outro tema bastante importante abordado ao longo do evento foram as aplicações financeiras dentro e fora do Brasil. E mesmo com a Selic em alta por aqui, os investimentos no exterior ainda são ótimas opções.

“Afinal, é preciso diversificação na carteira, e nada melhor do que produtos internacionais para isso. Sem esquecer que, dessa forma, o investidor desvincula parte dos seus investimentos do risco Brasil”, argumenta José Maria, estrategista da Avenue Securities.

Então, dentro desse contexto, uma dúvida que surgiu foi: como montar uma boa carteira de investimentos com foco em dividendos.

Para Victor Natal, estrategista de ações do Itaú BBA, é necessário que o valor pago por esses produtos siga pelo menos a inflação. Isso porque, você não perde o seu poder de compra. “Mas, se a ação caiu ou não subiu pelo menos a inflação, aí você perdeu poder de compra, caso tenha usado o dividendo”, pontua.

Já para Martin Iglesias, especialista líder em recomendação de investimentos e colunista da Inteligência Financeira, o mais importante é não fazer a valorização do principal, mas extrair o máximo de rendas. “Ou seja, fazer crescer a árvore para depois tirar o fruto. E os mecanismos para isso, claro, são diferentes. Na fase de crescer a árvore tem que ficar atento ao risco/retorno”, pontua.

ITUB4: o que é ter inteligência financeira quando investe fora do país?

Antes do evento terminar, os três especialistas responderam essa questão. Para Victor Natal, ter inteligência financeira ao investir no exterior é ter noção da realidade. “E isto quer dizer: ficar atento à rentabilidade, seja na fixa ou variável. Ou seja, é o que o mercado te remunera para você correr risco. Então, se tem mais rentabilidade, provavelmente está correndo mais risco”, afirma.

Já para José Maria, ter inteligência financeira quando investe fora do país é saber controlar as emoções. “É a capacidade de saber o que dstá fazendo, o que está procurando e se está adequado ao seu perfil. Ou seja, controle emocional. Essa, na minha opinião, é uma das principais características que um bom investidor deve ter”, diz.

Por fim, Martin Iglesias fez sua consideração. “Ter inteligência financeira ao aplicar parte do patrimônio fora do país é saber qual é o seu perfil risco. E a partir daí, você saber escolher quais investimentos valem ou não a pena. Isso, claro, tem muito a ver com diversificação, com entender que tudo tem um tipo de risco. E saber dosar. Encontrar essa dose é algo extremamente importante. Claro que depende do seu perfil e momento de vida. Portanto, diversificação é o jeito mais inteligente de você assumir os riscos”, finaliza.