Zema aposta no nióbio e no lítio como propulsores da economia de Minas Gerais

Nem Cemig (CMIG4) e nem Copasa (CSMG3), governador diz ainda que joia da coroa das privatizações é a Codemig

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, aposta na exploração do nióbio e do lítio como propulsores da economia do Estado. Nesse sentido, segundo ele, isso se daria por meio da expansão da exploração destes minerais, via atração de empresas interessadas no negócio.

Dessa forma, na agenda de privatizações, Zema afirma que a joia da coroa de Minas é a Codemig (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais).

Além disso, ele tem como prioridades as privatizações da Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3).

“Estamos no aguardo de decisões (governo federal e Câmara). Não temos um cronograma tão detalhado para ser cumprido (nas privatizações)”, disse à Inteligência Financeira Romeu Zema.

Zema participou da Itau BBA CEO Conference, em Nova York.

Nióbio em Minas Gerais

A Codemig é menos conhecida em relação às outras duas estatais, que operam nas áreas de energia (Cemig) e saneamento (Copasa). Todavia, tem como única atividade a exploração de nióbio.

Então, a exploração se dá por meio de sociedade em conta de participação (SCP) com a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), da família Moreira Salles.

Assim, a Codemig tem valor de mercado estimado pelo governo de Minas em até R$ 60 bilhões.

Além disso, Zema falou sobre a dívida do estado de Minas. Hoje, ela é estimada em aproximadamente R$ 160 bilhões. “Cresce numa proporção que torna o pagamento inviável”, diz o governador.

Leia a seguir trechos editados da entrevista que Romeu Zema concedeu à Inteligência Financeira.

Joia da coroa das privatizações

“A empresa mais valiosa é a menos conhecida, é a Codemig, que detém os direitos de exploração do nióbio.

Ela também está na nossa pauta de ser privatizada. Seria mais uma empresa a contribuir no abatimento da dívida do Estado.

Essa questão (encaminhamento da privatização e valoração da Codemig) vai ser proposta pelo ministério da Fazenda.”

Agenda de privatizações

“As privatização estão aguardando a questão da solução da dívida dos estados em regime de recuperação fiscal. Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas e Goiás. Pode haver uma seção de ativos. Então, isso faz com que a Assembleia Legislativa fique em compasso de espera.

Assim que essa questão for equacionada, ou nós vamos transferir esses ativos, mas antes fazer uma corporation, porque queremos que essas empresas tenham uma governança adequada e potencializem o seu valor de mercado.

Se essa sessão (de ativos) não acontecer, vamos continuar a avançar na pauta de privatizações.

Para mim é um ponto de honra privatizar Copasa e Cemig para que o povo mineiro fique mais bem atendido. Para que Minas receba mais investimentos em energia e também saneamento.

Estamos no aguardo dessas decisões (governo federal e Câmara). Infelizmente, não temos um cronograma tão detalhado para ser cumprido (nas privatizações).”

Dívida de Minas Gerais

“A questão da dívida dos Estados é um problema que só tem se agravado ao longo das décadas. Não é nem dos anos.

Lembrando que a origem dessa dívida de Minas Gerais foi quando foram extintos os bancos mineiros estatais, BEMGE, Minas, Caixa e Crédito Real. Ali se criou um passivo e esse passivo vem sendo corrigido.

Quando chegou aquela recessão de 2015, 2016, tivemos uma queda na arrecadação e na economia como um todo devido à recessão. Houve um aumento brutal de juros. Dali em diante ficou totalmente inviável para os estados mais endividados continuarem o seu pagamento.

A União vai ter de propor a esses estados o que a Receita Federal faz no Refis. Porque hoje o que nós temos com o regime de recuperação fiscal é um alívio temporário.

Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, que aderiram há mais tempo, tiveram um, dois, três anos com uma situação viável e na hora que a contraprestação subiu novamente, não conseguem pagar.

Então, espero que dessa vez o senador Rodrigo Pacheco consiga aprovar um projeto que equacione e que seja dado como se faz com o setor privado, um desconto com relação aos juros e à correção.

Hoje, a dívida cresce numa proporção que torna o pagamento inviável.”