O que é a Temu, a rival de Shein e Shopee que promete desembarcar no Brasil em breve

Gigante chinesa de comércio eletrônico se inscreve no programa Remessa Conforme enquanto Congresso discute taxação de compras de até US$ 50

A aguardada chegada da Temu no Brasil está prestes à se tornar realidade. Na quarta-feira (22) o Diário Oficial da União publicou uma autorização da Receita Federal para que a Temu opere dentro do programa Remessa Conforme, assim como as suas concorrentes diretas, a Shein e a Shopee.

O Remessa Conforme foi criado para regularizar a isenção imposto sobre importações de até US$ 50 em sites estrangeiros, desde que as empresas façam o devido cadastramento junto à Receita. Os produtos incluídos no programa pagam apenas o ICMS, tributo estadual de 17% sobre o valor.

Antes de falarmos sobre a Temu, vale ressaltar que o fim da isenção prometida pelo Remessa Conforme está em discussão no Congresso. Nesta semana, o presidente Lula (PT) afirmou que a sua “tendência” hoje é a de vetar a volta da tributação caso ela seja aprovada. A isenção é criticada por empresários brasileiros por supostamente dar aos importados uma condição mais vantajosa na concorrência.

Por sinal, mesmo antes de entrar em funcionamento de vez no Brasil, o app da Temu está entre os 100 mais baixados da AppStore na sexta-feira (24). O aplicativo ocupa a 98ª posição entre os gratuitos, oito colocações à frente de um potencial concorrente nacional, as lojas Havan (106º lugar).

O que é a Temu?

Temu é uma loja virtual chinesa que faz parte do conglomerado PDD Holdings, que controla também a Pinduoduo. Com capital aberto na Nasdaq, o grupo PDD superou a rival Alibaba em valor de mercado nesta semana. Assim, se tornando a empresa chinesa mais valiosa dentre as listadas em Nova York.

No Brasil, é possível investir na PDD Holdings pelo ticker P1DD34.

A Temu tem o slogan “Compre como um bilionário”. Segundo a empresa, o objetivo é oferecer uma gama bastante ampla de produtos, todos a um custo acessível.

“Os clientes podem encontrar uma ampla gama de itens em uma ampla variedade de categorias, incluindo roupas femininas e masculinas, beleza e saúde, casa e cozinha, esportes e atividades ao ar livre, eletrodomésticos, ferramentas e reformas domésticas, suprimentos para animais de estimação e brinquedos e jogos, entre outros”, diz a Temu em seu site oficial.

A grande inovação da Temu, segundo a empresa, é o que eles chamam de “modelo Next-Gen Manufacturing”. A novidade seria um sistema em que o que está sendo vendido só entra em produção diante da demanda do consumidor, com as informações de inteligência obtidas pelo app.

“Ao contrário do modelo tradicional, onde as marcas produziam bens e depois os comercializavam aos consumidores, o modelo Next-Gen Manufacturing permite que os parceiros de mercadorias ajustem o desenvolvimento de seus produtos e processos de fabricação de acordo com os insights de mercado canalizados através do Temu”, escrevem.

As principais concorrentes da Temu no Brasil são as plataformas chinesas de comércio eletrônico que já atuam por aqui. A saber, a Shein, a Shopee e a AliExpress, entre outras. Apesar de ser uma propriedade chinesa, a fundação da Temu foi em Boston, nos Estados Unidos, em 2022, de acordo com o site oficial.

O que esperar da Temu no Brasil?

Até o momento, temos poucas informações sobre a estratégia da Temu no Brasil. A entrada no Remessa Conforme é um passo importante, necessário para que a empresa consiga competir por aqui de igual para igual com as suas concorentes.

O que se sabe é que, até hoje, os países nos quais a marca se instalou receberam uma intensa campanha de divulgação. Nos Estados Unidos, por exemplo, a plataforma veiculou anúncios no Superbowl, o grande dia da televisão no país.

Pesquisa da Apptopia divulgada no final do ano passado mostrou que os americanos encerraram 2023 gastando na Temu cerca de 18 minutos por dia, 90% a mais do que os 10 minutos diários destinados à gigante Amazon.

Até o momento, o Brasil ainda não consta na lista de países disponíveis na plataforma. No pedido enviado à Receita Federal, a empresa informou os Correios e a empresa Anjus Courier como transportadores dos seus produtos.

O Brasil não será o primeiro país na América do Sul a contar com o serviço. Por aqui, estão na relação de países disponíveis para compra o Chile, a Colômbia, o Peru e o Uruguai.