Votação da ‘PEC do desespero’ na Câmara e ata do Fed são destaques da semana

Eventos devem favorecer os investimentos em renda fixa no Brasil

A primeira semana cheia de julho traz eventos que podem mexer com os rumos dos principais ativos financeiros no Brasil e no mundo.

No Brasil, espera-se a votação da chamada “PEC do desespero” na Câmara dos Deputados, após aprovação em dois turnos no Senado na quinta-feira (30) passada com 72 votos a favor e 1 contrário.

Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, tenta construir um acordo para votação da PEC em rito sumário, ou seja, diretamente em plenário, sem passar antes pelas comissões. A proposta reconhece o estado de emergência no país para permitir a criação de novos benefícios sociais em ano de eleição. Contempla a ampliação do Auxílio Brasil, o aumento no Auxílio Gás, a criação de auxílio aos caminhoneiros e aos taxistas, um subsídio à gratuidade de idosos no transporte público e a compensação de incentivos ao etanol.

A PEC é uma tentativa do governo de tentar reagir ao seu desempenho ruim nas pesquisas eleitorais e continura lutando pela reeleição. A oposição disse que não se colocou contra o pacote eleitoreiro porque não quer negar ajuda à população que está passando fome.

O pacote é mau visto pelo mercado porque tem alto potencial inflacionário e cria problemas de orçamento não apenas neste ano mas em 2023 também, qualquer que seja o presidente. Como resultado, as taxas de juros futuras tendem a subir, beneficiando investimentos em renda fixa e tornando menos atraente a renda variável. O dólar também se coloca em tendência de alta, já que os investidores estrangeiros podem ficar preocupados com o desequilíbrio da economia do país e abandonar suas aplicações no mercado local em busca de alternativas mais seguras.

Ata do Fed

Em 15 de junho, o comitê de política monetária do Fed (Federal Reserve, o banco centtal americano) decidiu aumentar a taxa básica de juros no país em 0,75 ponto percentual, para o intervalo 1,5%-1,75% ao ano, na tentativa de frear a disparada da inflação. Na ata dessa reunião, que sai na quarta (6), o mercado espera entender melhor as razões do Fed para calibrar suas expectativas sobre os próximos passos da política monetária – ou seja, se na próxima reunião, de agosto, vem mais um aumento de 0,75 p.p. ou se há alguma chance de arrefecimento desse ritmo de altas.

Segunda-feira (4)

  • Feriado nos EUA – Independência

Terça-feira (5)

  • 5h – Zona do Euro: PMI Composto (junho), da S&P
  • 9h: Produção industrial (maio), do IBGE
  • 11h – EUA: Encomendas à indústria (maio)

Quarta-feira (6)

  • 6h – Zona do Euro: Vendas no varejo (maio)
  • 10h – EUA: Discurso de John Williams, presidente do Fed de Nova York e membro do comitê de política monetária do Fed
  • 10h45 – EUA: PMI Composto (junho), da S&P
  • 11h – EUA: PMI não manufatura (junho), da ISM
  • 15h – EUA: Ata da última reunião do comitê de política monetária do Fed
  • 17h30 – EUA: Estoques de petróleo bruto

Quinta-feira (7)

  • 8h: IGP-DI (junho), da FGV
  • 9h: Vendas no varejo (junho), do IBGE
  • 9h30 – EUA: Pedidos iniciais de seguro-desemprego (semanal)
  • 14h – EUA: Discursos de Jim Bullard (presidente da regional Saint Louis) e Christopher Waller, membros do comitê de política monetária do Fed

Sexta-feira (8)

  • 8h55 – Zona doEuro: Discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE
  • 9h: IPCA (junho), do IBGE
  • 9h – EUA: Payroll (junho)
  • 9h30 – EUA: Taxa de desmprego (junho)
  • 12h – EUA: Discurso de John Williams, presidente do Fed de Nova York e membro do comitê de política monetária do Fed