Protocolada no Senado, CPI do MEC vai aguardar decisão de Pacheco

Pedido para apurar suspeitas de corrupção na Educação superou assinaturas necessárias

Foi protocolada nesta terça-feira, pelo líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), pedido de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar suspeitas de corrupção no Ministério da Educação durante o período em que Milton Ribeiro esteve à frente da Pasta.

O requerimento foi entregue com 30 apoios – pelo regimento, são necessários ao menos 27 signatários. Durante a coletiva de imprensa, chegou a informação de que o senador Jarbas Vasconcelos (MDB-PE) também aderiu, chegando a 31 assinaturas. Há ainda expectativa de que mais três nomes, todos do PSD – Nelsinho Trad (MS), Alexandre Silveira e Otto Alencar (BA) – possam assinar o pedido, que alcançaria 34 assinaturas, tornando praticamente inviável qualquer movimento do Palácio do Planalto para inviabilizar a CPI.

Após o pedido ser lido em plenário pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), algo que Randolfe disse acreditar que ocorrerá nas próximas 48 horas, quem assinou o requerimento tem até a mais-noite do mesmo dia para, caso se arrependa, retirar a assinatura.

Segundo Randolfe, a prisão do ex-ministro possibilitou convencer os senadores para alcançar as assinaturas necessárias para o pedido de CPI. “O requerimento é robusto e mostra desejo do Senado por uma investigação”, disse o senador da Rede. Ele pontuou que a investigação coordenada pelo delegado Bruno Calandrini sobre o MEC está sob forte ameaça e acusou o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça, Anderson Torres, de interferência, o que será alvo de investigação da CPI. “Não estamos em circunstâncias normais sob Jair Bolsonaro”, afirmou. Randolfe disse ainda que a CPI dará retaguarda para que a PF siga a investigação sem interferências. Ele alertou ainda que os indícios são fortes de que “esse esquema tem tentáculos” no Palácio do Planalto.

A expectativa da oposição é que a CPI comece a funcionar até a última semana antes do recesso parlamentar, em meados de julho, ou logo na volta do recesso, no início de agosto – cenário que é o mais provável.

Senadores da base governista, que apresentaram outros três pedidos de CPI anteriormente, protocolaram requerimentos solicitando que a ordem cronológica seja respeitada. Tais CPIs tratam de temas vagos e sem conexão com possíveis irregularidades do atual governo.