Ministério estuda ‘alternativas’ para atenuar alta do diesel para caminhoneiros

Objetivo é impedir uma possível paralisação nas estradas

O Ministério da Infraestrutura informou nesta segunda-feira que discute “alternativas” para aliviar a pressão dos aumentos de preço do diesel sobre os caminhoneiros autônomos. O posicionamento divulgado pelo órgão, ontem, veio após ser questionado sobre o novo anúncio de reajuste de preço do combustível pela Petrobras nas refinarias, com alta 8,87% a partir desta terça-feira (10).

“O Ministério da Infraestrutura, junto com outros autores do Governo Federal, participa de debates e de estudos de alternativas que possam atenuar as despesas e melhorar a situação dos trabalhadores autônomos de transporte, com quem o diálogo é constante e está sempre aberto”, informou o Ministério da Infraestrutura.

O posicionamento do ministério indica a cautela com que o governo lida com a categoria. Os caminhoneiros integrram a base de apoio ao presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2018. Desde então, as lideranças do movimento, fortalecidas na paralisação geral daquele ano, cobram medidas para limitar os efeitos dos aumentos de preços os trabalhadores nas estradas e ameaçam romper a aliança com o governo, sob pretexto de estarem apenas sendo usadas como “massa de manobra” na corrida eleitoral.

Ontem, o deputado federal Nereu Crispim (PSD-RS), que é presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Caminhoneiros autônomos e Celetistas, informou que entrou com um ação na Justiça para pedir a “imediata suspensão” do aumento dos preços dos combustíveis e do gás de cozinha, anunciado em 10 de março pela Petrobras.

Segundo o parlamentar, uma ação civil coletiva também foi ajuizada “a fim de garantir a reparação dos prejuízos pelos reajustes ilegais e inconstitucionais”. Crispim é autor de projeto de lei que propõe a criação de um fundo de estabilização de preço dos combustíveis, eliminando o parâmetro de definição de preço da Petrobras, o PPI, e taxando a exportação do petróleo para levantar recursos para bancar o subsídio.

No seu posicionamento deste fim de semana, Crispim voltou a dizer que o aumento dos combustíveis “é uma facada nos caminhoneiros” e que Bolsonaro “tem a caneta, para dar uma solução definitiva e não o faz”.