Lazari, do Bradesco: cenário de inflação e juros altos ‘parece que atingiu o ápice’

Banco espera crescimento da inadimplência no segundo semestre

Na conferência à imprensa sobre os resultados do segundo trimestre deste ano, Octavio de Lazari Junior, presidente do Bradesco, afirmou que o cenário no período permaneceu bastante complexo, tendo em vista principalmente o conflito entre Rússia e Ucrânia, o aperto monetário no Brasil e a alta dos juros nos EUA. Na noite de quinta-feira, o Bradesco anunciou que teve um lucro líquido de R$ 7,041 bilhões entre abril e junho, alta de 3,2% na comparação trimestral e alta de 11,4% em relação ao igual período do ano passado.

Ao final do trimestre, o presidente do Bradesco destacou que as preocupações se voltaram para o risco de uma recessão global. Ao traçar um panorama da economia brasileira, afirmou que o ciclo de aumento de juros no Brasil está bastante avançado, “o que nos leva a projeção menos otimista para PIB em 2022”. Ainda assim, avaliou que a economia no país se mostrou “um pouco melhor” no período.

Lazari relatou que o cenário macroeconômico de inflação, dólar e taxa de juros altos “parece que atingiu o ápice”. “O cenário pode ficar um pouco mais acomodado ao longo do segundo semestre, com variáveis em equilíbrio”, disse.

De acordo com ele, houve ajustes de modelos de crédito, tendo em vista que, com a Selic próxima a 14%, há a exclusão natural de uma série de pessoas”.

Inadimplência e consignado

O presidente do Bradesco também destacou na conferência que é difícil prever os índices de inadimplência até o fim do ano, mas que “devem crescer um pouquinho ainda ano segundo semestre”. De acordo com ele, a inadimplência não é de grandes empresas, e sim de pessoas físicas e pequenas e médias empresas.

Lazari disse ainda que o banco entendeu que é melhor não operar o consignado para os beneficiários do Auxílio Brasil. “Como é de taxa de juros muito alta, como é uma operação em que as pessoas terão o auxílio por período definido, nós entendemos que é melhor não operar na carteira, pois estamos falando de vulneráveis”, afirmou.

“Entendemos que essas pessoas terão mais dificuldade quando o benefício cessar e, por isso, preferimos não operar”, respondeu Lazari Jr.