Dólar mede forças no exterior enquanto rendimento dos Treasuries e ouro sobem

Moeda americana tende a seguir forte enquanto o Federal Reserve parece preparado para lidar com a inflação crescente

O dólar mede forças em relação às principais moedas rivais no exterior, perdendo terreno para o euro e a libra esterlina, ao mesmo tempo em que avança frente ao iene para o maior nível desde junho de 2015, acima de 125 ienes. A moeda americana monitora o comportamento dos rendimentos (yields) dos Treasuries, após a mensagem dura (“hawkish”) do Federal Reserve na semana passada, o que não impede uma alta do ouro.

Às 8h05, o índice DXY estava estável, aos 99.80 pontos. Entre as moedas, o euro subia 0,30%, a US$ 1,0910, com a moeda única europeia sendo beneficiada pelo resultado do primeiro turno das eleições presidenciais francesas; enquanto a libra esterlina avançava 0,09%, a US$ 1,3042, reagindo a dados fracos sobre a economia do Reino Unido, que tendem a limitar as ações por parte do Banco da Inglaterra (BoE).

“O dólar subiu muito na semana passada com a mensagem hawkish do Fed sobre o alívio quantitativo”, lembra Jonathan Goltermann, da Capital Economics. Para ele, as eleições presidenciais da França aliviam parte da pressão em relação ao risco, especialmente na Europa, mas ele não vê alteração na condução da política monetária pelo Banco Central Europeu (BCE). “Isso dá um suporte limitado ao euro”, emendou.

Para o ING, o dólar tende a seguir forte enquanto o Federal Reserve parece preparado para lidar com a inflação crescente e promover uma normalização rápida da política monetária. “Os investidores provavelmente manterão suas apostas no fortalecimento da moeda”, disseram os analistas.

Ainda no horário acima, o dólar subia 0,95% ante o iene, cotado a 125,48 ienes. Nos bônus, o yield do título referencial dos Estados Unidos de 10 anos (T-note) estava em 2,761%, de 2,659%; enquanto o yield do bônus referencial de curto prazo (T-bill) de 2 anos estava em 2,578%, de 2,466%, na mesma comparação.

Os yields dos Treasuries renovaram os níveis mais altos em três anos na última sexta-feira, sendo que o rendimento da T-bill de dois anos registrou a maior alta em cinco semanas em mais de uma década, com os investidores tentando mapear o rumo da política monetária do Fed.

“A recente inversão [da curva de yield] nos vencimentos mais longos não vai impedir o Fed de continuar um caminho mais agressivo para a taxa de juros dos EUA para conter a inflação elevada”, disseram Lindsey Piegza e Lauren Henderson, economista-chefe e analista econômica da Stifel

Para elas, o Fed deixou claro que está disposto a restringir os estímulos monetários o quanto for necessário, “mesmo correndo o risco de asfixiar o crescimento econômico”, emendaram. Diante do receios em relação à inflação, o ouro avança. Ainda no mesmo horário, o contrato futuro para junho do metal precioso subia 0,75%, a US$ 1.960,20 a onça-troy.