Wilson Ferreira Jr. fora da Vibra: o que pode mudar na estratégia da empresa?

Executivo comunicou que deseja buscar novos desafios em sua trajetória profissional

A Vibra Energia (VBBR3) comunicou ao mercado que o diretor-presidente Wilson Pinto Ferreira Júnior informou ao conselho de administração sobre sua intenção de desligar-se da companhia para buscar novos desafios em sua trajetória profissional.

“A companhia esclarece que iniciará os trâmites relacionados à sucessão do diretor-presidente e reforça o seu compromisso de conduzir tal processo de forma organizada, célere e harmoniosa, seguindo as melhores práticas de processos desta natureza”, diz a empresa, em comunicado.

Ainda segundo a Vibra, Wilson Ferreira Júnior permanecerá no cargo até a data do seu desligamento, a qual será devidamente divulgada ao mercado. A empresa ressaltou que manterá seus acionistas e o mercado informados sobre os desdobramentos relevantes do assunto.

Qual pode ser o impacto da mudança?

Embora Wilson Ferreira seja um nome forte para conduzir as mudanças para transformar a Vibra em uma “one stop shop” de multienergia, os analistas do Citi consideram que a empresa tem um conselho experiente que pode liderar sua estratégia de longo prazo.

Em relatório, os analistas observam que o conselho de administração tem nomes fortes para substituir Ferreira Júnior, mas potenciais candidatos podem vir de fora da empresa. Segundo eles, o novo nome não deve ser divulgado até o próximo mês.

“A maior parte dos resultados operacionais advém do negócio de distribuição de combustíveis da empresa, onde entendemos que a Vibra conta com uma equipe de gestão experiente, capaz de dar continuidade e bons resultados”, escrevem eles.

Segundo os analistas, um dos aspectos para o mau desempenho recente das ações da empresa vem dos rumores de mudanças na alta administração, o que parece estar precificado. A Vibra deve apresentar bons resultados no segundo trimestre de 2022, com margens elevadas, acrescentam.

O Citi tem recomendação de compra para as ações da Vibra, com preço-alvo de R$ 33, potencial de alta de 96% ante o valor de R$ 16,77 negociado nesta quarta-feira na B3.

‘Órfã de liderança forte’

A saída do executivo deixa a companhia “órfã” de uma liderança forte que possa guiar a companhia para o futuro, diz o BTG Pactual. O banco destaca que a persistência de rumores envolvendo o executivo é um dos fatores que explicam o desempenho ruim das ações ante pares neste ano.

Os analistas Thiago Duarte e Pedro Soares escrevem que o fato de a Vibra agora ser uma empresa sem um controlador dá uma importância ainda maior para a sua diretoria e um nome forte como diretor-presidente se torna crucial para o processo de crescimento da empresa neste momento de transição dos negócios.

“Acreditamos que a companhia vai anunciar um substituto em breve, mas não sabemos se vão conseguir um nome da mesma estatura”, comentam. Eles destacam que a empresa precisará mostrar clareza no plano de sucessão e em sua estratégia para acalmar investidores.

O BTG Pactual tem recomendação de compra para Vibra Energia, com preço-alvo em R$ 35.