Geração Z gosta de interagir com as marcas, mostra pesquisa do Spotify

Para brasileiros, músicas e podcasts ajudam a explorar novos lados da personalidade
Pontos-chave:
  • A participação de jovens da América Latina aumentou 19% na base de 433 milhões de usuários
  • Spotify reportou prejuízo seis vezes maior do que o prejuízo de um ano atrás

O interesse maior da Geração Z por conteúdos em áudio coloca os jovens nascidos entre a metade dos anos 1990 e 2010 no foco da estratégia de publicidade do “streaming” de músicas Spotify.

Segundo o estudo Culture Next, divulgado nesta quinta-feira (18) pela plataforma, a Geração Z também tem interesse em interagir com as marcas por anúncios personalizáveis.

No Brasil, 46% dos entrevistados disseram que “adoram poder escolher o anúncio que vão ouvir em um serviço de streaming de áudio” e mais de um terço disseram que gostam de “interagir com os anúncios”.

“Os hábitos de streaming de áudio digital são individuais e ajudam as marcas a prever o astral e os comportamentos da Geração Z, bem como as próximas tendências da cultura em geral”, disse Diana Ramirez, líder da divisão Spotify Advertising na América Latina.

Ela explica que o entendimento mais detalhado da Geração Z parte de análises do consumo de músicas, playlists e atividades de fãs.

Mais ouvintes da América Latina

Ramirez destacou a participação de jovens da América Latina no aumento de 19% na base de 433 milhões de usuários mensais ativos do Spotify globalmente, no segundo trimestre.

“O aumento de usuários ativos mensais foi impactado pelo crescimento da audiência da Geração Z na América Latina, região que também contribuiu para o forte desempenho dos assinantes”, disse a executiva.

Entre os 750 brasileiros que participaram do estudo feito pelo Spotify entre março e abril, 84% disseram que músicas e podcasts ajudam a “explorar novos lados da personalidade” e mais de 30% informaram que “escolhem podcasts que ajudam a despertar emoções, da alegria à tristeza”.

O levantamento foi feito com 12.500 jovens de 16 a 25 anos em diversos países, incluindo o Brasil.

Brasil é referência em podcasts

A executiva destacou o mercado brasileiro como uma referência em podcasts e com alto potencial de crescimento, “não apenas em termos de consumo, mas também em criação de conteúdo, com uma comunidade de criadores engajada, produtiva e inovadora”.

Segundo Ramirez, o consumo de podcasts pela Geração Z aumentou 56% no primeiro trimestre deste ano e mais da metade dos usuários brasileiros da plataforma, entre 18 e 24 anos, ouvem podcasts semanalmente.

Entre os brasileiros participantes do Culture Next, 69% disseram que o áudio “permite explorar partes desconhecidas da cultura” que não seria possível aproveitar de outro modo e 58% informaram que ouvem pelo menos um artista ou podcast que as outras pessoas consideram como experimentais, pouco conhecidos ou de nicho.

Atrair receita com anunciantes de forma direcionada a ouvintes da geração Z é uma das estratégias do Spotify em busca de rentabilidade.

Da base de 433 milhões de assinantes no mundo, 188 milhões, ou 43,4% foram assinantes pagos no segundo trimestre, um aumento de 14% sobre o segundo trimestre de 2021.

Balanço do Spotify mostra prejuízo

Os balanços da Spotify Technology vêm decepcionando. A empresa reportou prejuízo líquido de 125 milhões de euros no trimestre encerrado em 30 de junho, valor mais de seis vezes superior ao do que o prejuízo de 20 milhões de euros reportado no mesmo período do ano anterior.

A receita cresceu 22,9% em base anual, para 2,86 bilhões de euros.