Brasileiro fundador da plataforma de criptomoedas Empire X é indiciado nos EUA por esquema de pirâmide no valor de US$ 100 mi

A SEC, órgão que regula o mercado de capitais nos EUA, acusou três executivos da empresa de fraude, por meio de promessas de lucros diário de 1%

O brasileiro Emerson Pires, de 33 anos, foi indiciado, nesta quinta-feira, por um júri do Tribunal Federal do Distrito Sul da Flórida por participação em um esquema de fraude global baseado em criptomoedas, que teria movimentado cerca de US$ 100 milhões. Outras duas pessoas também foram indiciadas: o brasileiro Flávio Gonçalves, de 33 anos, e o americano Joshua David Nicholas, de 28. O caso é investigado pelo FBI.

Segundo a denúncia, Pires e Gonçalves fundaram a EmpiresX, uma plataforma de investimento em criptomoedas, e Joshua Nicholas trabalhava na empresa como “Head Trader”.

A Securities Exchange Comission (SEC, órgão que regula o mercado de capitais nos EUA) anunciou também na quinta-feira acusações de fraude contra o trio. Segundo o órgão, eles, através da EmpiresX, faziam promessas de lucros diário de 1%.

“Eles enganaram os investidores sobre, entre outras coisas, um suposto “bot” de negociação que, segundo o trio, poderia gerar retornos garantidos aos investidores na EmpiresX”, diz a nota do Departamento de Justiça. De acordo com a SEC, o “bot” prometido nunca existiu.

O esquema montado pelo trio foi classificado pelo Departamento de Justiça como uma Pirâmide de Ponzi. O dinheiro dos investidores era lavado através da compra e venda de criptomoedas no exterior. Já os primeiros investidores eram pagos com o dinheiro dos que haviam aderido ao negócio posteriormente.

No perfil da EmpiresX no Instagram é possível ver comentários de pessoas que teriam se sentido lesadas pela empresa. “Ninguém está sendo pago. Estou tão chateado. Precisamos informá-los para que não haja mais novas vítimas”, escreveu um usuário, em inglês. “2 meses, sem pagamentos, sem saques…. Emerson e Flavio enganaram todo mundo”, comentou outro.

“A tecnologia mudou, mas o crime continua o mesmo. Fraudadores sem escrúpulos não são novidade para o mundo dos investimentos, o que está mudando é que eles agora estão empurrando suas atividades criminosas para o reino das criptomoedas”, disse George Piro, agente do FBI na Flórida.

Em maio deste ano, o Departamento de Justiça dos EUA já havia indiciado Emerson Pires de participação em outro esquema similar, que teria movimentado US$ 62 milhões. Ele contara com o apoio de outro brasileiro, Luiz Capuci Júnior, de 44 anos, acusado de vendas fraudulentas de pacotes de mineração de criptomoedas para milhares de pessoas.

Os denunciados não retornaram contato da reportagem. O espaço segue aberto a manifestação.