O terceiro dia do South by Southwest (SXSW), festival de inovação que vai até 19 de março, em Austin, no Texas (EUA), começou para mim com a palestra de Nancy Pelosi, considerada uma das mais influentes mulheres na política dos Estados Unidos (EUA).
Aos 82 anos, Pelosi, ocupou até as eleições de novembro de 2022, pela terceira vez, o cargo de presidente da Câmara dos Representantes dos EUA. Ela é a democrata mais poderosa do Congresso americano e foi a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente da Câmara.
Pelosi abordou vários tópicos durante uma hora de conversa: os desafios da democracia, a guerra na Ucrânia e, claro, o colapso do Silicon Valley Bank (SVB), banco que ela conhece bem tendo feito toda sua carreira política no estado da Califórnia.
Na sexta-feira (10), o SVB, financiador e credor de alguns dos maiores nomes do mundo da tecnologia, sofreu intervenção de autoridades da Califórnia, depois uma corrida de seus clientes para sacar recursos diante dos riscos de quebra do SVB. Caso a falência do banco aconteça, será a primeira quebra desde a crise financeira de 2008.
O colapso do SVB colocou quase US$ 175 bilhões em depósitos de clientes sob o controle da Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), uma espécie de fundo garantidor de crédito.
Pelosi esteve com autoridades FDIC na noite de sábado (11) e afirmou que uma das possibilidades que estão sendo discutidas é a aquisição do SVB por um banco rival.
“Não acho que haja apetite no país para socorrer um banco. Mas temos que honrar os depositantes”, disse Pelosi.
“Muitos dos pequenos negócios têm conta naquele banco, eles têm dinheiro lá, para pagar a folha de pagamento”, explicou Pelosi, “Então, se esse banco falir, estamos preocupados com a folha de pagamento dos trabalhadores dessas empresas .”
“Se eles não podem pagar a folha de pagamento ou a conta de serviços públicos, tudo isso vai literalmente pelo ralo. Há muitas razões pelas quais devemos abordar esse caso seletivamente. Não queremos contágio”, disse Pelosi, referindo-se a um efeito dominó onde outros bancos nos EUA começam a falir.
“Não queremos que isso seja sistêmico, porque seria prejudicial à economia”, disse.