Rússia bombardeia Kiev; Ucrânia convoca toda a população para se alistar

As forças russas voltaram a bombardear a Ucrânia nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira (hora local), com o centro de Kiev abalado por explosões, depois que o presidente Vladimir Putin ordenou uma ofensiva que, segundo ele, visava derrubar o governo
Pontos-chave:
  • Autoridades ucranianas disseram que a Rússia atacou em uma ampla frente ao longo das fronteiras do país, da Bielorrússia ao norte, Rússia ao leste e Crimeia, controlada pela Rússia, ao sul
  • Vídeos postados por autoridades ucranianas mostraram evidências de combates ferozes em todo o país, com aeronaves derrubadas e tanques danificados e veículos blindados de ambos os lados

As forças russas voltaram a bombardear a Ucrânia nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira (hora local), com o centro de Kiev, a capital do país, abalado por explosões, depois que o presidente Vladimir Putin ordenou uma ofensiva que, segundo ele, visava derrubar o governo. Tropas russas alcançaram Kiev. Segundo o Ministério da Defesa ucraniano, militares russos estão posicionados no distrito residencial de Obolon, a cerca de 9 km ao norte do Parlamento ucraniano, no centro da cidade.

Segundo A AFP, o ataque a Kiev começou com helicópteros, pouco antes das 4h locais (23h de Brasília. Sirenes de ataque aéreo soaram sobre a cidade de 3 milhões de pessoas, onde algumas estavam abrigadas em estações de metrô subterrâneas.

Um alto funcionário ucraniano disse que as forças ucranianas defendem a capital em quatro frentes, e estão em menor número. Autoridades ucranianas disseram que um avião russo foi derrubado e colidiu com um prédio em Kiev durante a noite, incendiando-o e ferindo oito pessoas

Em um prédio de 10 andares de um conjunto habitacional perto do principal aeroporto de Kiev, uma bomba explodiu pouco antes do amanhecer e deixou uma cratera de dois metros. Um policial disse que as pessoas ficaram feridas lá, mas não morreram.

“Eles estão matando pessoas e transformando cidades pacíficas em alvos militares”, disse o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em um discurso de televisão em Kiev após a meia-noite. “Isso é vilania e nunca será perdoado.”

Zelensky disse que a Ucrânia teve 137 mortos e 316 feridos na quinta-feira. Ele disse que a Rússia não estava atacando apenas alvos militares, mas também locais civis.

Cerca de 100 mil ucranianos foram deslocados, de acordo com estimativas do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.

Autoridades ucranianas disseram que a Rússia atacou em uma ampla frente ao longo das fronteiras do país, da Bielorrússia ao norte, Rússia ao leste e Crimeia, controlada pela Rússia, ao sul.

Ao anoitecer, as forças russas capturaram a agora extinta usina nuclear de Chernobyl, construída pelos soviéticos, o local do pior desastre de energia atômica do mundo, e a zona de exclusão circundante, disse Kiev.

A Casa Branca disse ter relatos confiáveis ??de que soldados russos estão mantendo funcionários da usina nuclear como reféns.

Vídeos postados por autoridades ucranianas mostraram evidências de combates ferozes em todo o país, com aeronaves derrubadas e tanques danificados e veículos blindados de ambos os lados.

Todos os civis convocados

O Exército da Ucrânia fez uma convocação todos os os civis se alistarem:

“Precisamos de todos os recrutas, sem restrições de idade”, disse uma primeira mensagem publicada em uma rede social. A convocação, presumivelmente, vale também para menores de idade, e alcança homens e mulheres. Desde dezembro, todas as mulheres ucranianas “aptas ao serviço militar” entre 18 e 60 anos fazem parte da reserva em tempos de guerra.

Pouco depois, houve uma segunda convocação: “Hoje, a Ucrânia precisa de tudo. Todos os procedimentos de adesão são simplificados. Traga apenas seu passaporte e número de identidade”.

O governo encorajou moradores a fazerem coquetéis molotov, enquanto também aconselham outros a procurarem abrigo.

“Pedimos aos cidadãos que nos informem sobre os movimentos de tropas, façam coquetéis molotov e neutralizem o inimigo”, afirma um texto.

Segundo o presidente Volodymyr Zelensky, 137 pessoas morreram e 316 ficaram feridas no primeiro dia de operações, incluindo dezenas de civis.

“Moradores pacíficos: tomem cuidado. Não saiam de casa!”, dizia o comunicado.

Com Valor Pro, serviço de informação em tempo real do Vaor Econômico.