Copom frustra expectativas de aceleração no ritmo de cortes da Selic

Comitê indicou que haverá novos cortes de 0,5 ponto nas próximas reuniões, o que deve levar a taxa básica a 11,75% ao ano no fim de 2023

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central indicou nesta quarta-feira (20) que manterá o ritmo de cortes da Selic ao passo de 0,5 ponto percentual.

O sinal veio no comunicado que acompanhou a decisão de reduzir a taxa básica de 13,25% para 12,75% ao ano, em votação unânime.

“Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, diz trecho do comunicado.

O conteúdo frustra parte do mercado que apostava que o Copom poderia intensificar a flexibilização da política de juros, após indicadores recentes de inflação, que vieram abaixo das projeções de economistas.

O Comitê do Banco Central ainda se reúne mais duas vezes em 2023. Confira calendário das próximas reuniões neste ano e em 2024.

O próximo encontro ocorrerá nos dias 31 de outubro e 1 de novembro.

A reunião seguinte está prevista para os dias 12 e 13 de dezembro.

Previsões

Se nesses dois próximos encontros a indicação do Copom se confirmar, o país deve fechar o ano com a Selic em 11,75% ao ano.

Uma pesquisa do Broadcast divulgada na semana passada com instituições do mercado financeiro mostrou que, de 68 casas, 55 esperavam cortes sequenciais de 0,5 ponto nos juros até o fim de 2023, enquanto 12 previam aceleração do ritmo de baixa, com ao menos uma redução de 0,75 ponto este ano.

Os diretores do BC avaliaram que há chances tanto de piora quanto de suavização do quadro inflacionário nos próximos meses.

Por isso, o Comitê optou por seguir no caminho adotado na última reunião, quando cortou o juro pela primeira vez em mais de dois anos.

“A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação com reancoragem parcial, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária”, acrescentou o Copom no documento.